Estudo da reprodução humana em um contexto inclusivo com estudantes surdos: em foco as aulas de Ciências para o Ensino Fundamental II
DOI:
https://doi.org/10.22481/recuesb.v11i20.12815Palabras clave:
Pedagogia Visual, Ensino de Ciências para Surdos, Libras, Inclusão Educacional, Sexo e sexualidadeResumen
O processo educativo favorece a construção da cidadania, além de contribuir para a formação de indivíduos críticos, reflexivos e autônomos. Com base nessa premissa e nos estudos de Vigotski, entendemos que o desenvolvimento humano ocorre a partir de relações estabelecidas por meio das interações sociais mediadas pela linguagem. Para os surdos, a relação com o mundo se efetiva tendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como a primeira língua (L1) e o Português, na modalidade escrita, como a segunda (L2), de acordo com os pressupostos da Educação Bilíngue e Bicultural. Assim, considerando as diferenças linguístico-culturais da comunidade surda, é fundamental estabelecer contato desse grupo com seus pares e os ouvintes fluentes em Libras, buscando assegurar a acessibilidade linguística e o direito de aprender. Isso pressupõe respeitar a condição de um grupo social que representa minoria linguística, favorecendo o uso da Libras em diferentes espaços, além de valorizar a comunicação pautada nos aspectos visuais. Nesse sentido, este trabalho buscou compreender a importância dos recursos imagéticos para favorecer a aprendizagem e a autonomia dos estudantes. Em termos metodológicos, a pesquisa é de natureza qualitativa, com abordagem etnográfica, em que realizamos um levantamento bibliográfico sobre o uso da Pedagogia Visual no ensino de Ciências. Em seguida, propusemos uma sequência de atividades para estudar a temática “Sexo, sexualidade e reprodução humana”, buscando utilizar elementos da Pedagogia Visual para favorecer a aprendizagem em duas turmas do 8º Ano de Ensino Fundamental de uma escola pública na cidade de Viçosa, Minas Gerais. A primeira turma tinha dezessete alunos, sendo um deles surdo, e a segunda quatorze. As atividades foram divididas em quatro aulas de cinquenta minutos e contaram com a participação do professor surdo, da Intérprete Educacional de Libras, da professora de Ciências e da pesquisadora. A temática em estudo mobilizou estratégias metodológicas lúdicas que colocaram os estudantes como protagonistas, dando destaque à Pedagogia Visual, além de favorecer a autonomia e contribuir para o desenvolvimento sociocognitivo do/as participantes. Avaliamos que isso pode contribuir para novas investigações, tendo em vista a importância de se priorizar os recursos visuais no ensino de Ciências e Química em espaços inclusivos.
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