PERTO DO CORAÇÃO DA ÁGUA VIVA
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7433Palabras clave:
Feminino, Feminino de ninguém, Literatura, PsicanáliseResumen
Nesse ano de 2020, em que Clarice Lispector faria 100 anos, partimos de seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, publicado em 1943. Neste romance, é possível pensar o feminino não como uma referência simétrica e complementar ao masculino, mas como um “mais além” do falo e do próprio masculino, já se delineando aí o que, para nós, na Literatura e na Psicanálise, é ainda uma novidade: o feminino de ninguém, que se abre a um outro campo, terceiro campo, terceira via, terceira margem do rio: ao terceiro sexo da paisagem. Neste artigo, o terceiro sexo é localizado sobretudo em Água viva, livro de 1973, em que A mulher, aquela que não existe, pode enfim ex-sistir como substantivo feminino de ninguém. Assim, entre as criaturas humanas, vegetais e animais, pudemos enfim nos aproximar do lugar de onde Clarice sempre escreveu: perto do coração da água viva.
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