REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS EM "TERRAS DO SEM-FIM", DE JORGE AMADO: A NEGOCIAÇÃO COM O MUNDO SOCIAL
NEGOTIATION WITH THE SOCIAL WORLD
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v12i1.6489Resumo
A proposta é analisar o romance Terras do sem-fim (1943), de Jorge Amado, em uma perspectiva da literatura como representação, na esteira dos estudos de Louis Marin e Roger Chartier, considerando o texto como a representação das sensibilidades de determinados homens, em dada época, da ideia que faziam de sua própria sociedade e dos significados que almejavam construir. Assim, pretendemos refutar a ideia de que a obra, circunscrita pela crítica marxista como romance proletário, seja uma homologia das estruturas sociais. A noção de representação nos permite compreender que os textos ficcionais são, na verdade, constituídos pela relação que estabelecem com outros discursos e não com a realidade empírica.
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