O MARLOWE DE FAUSTO

TRAMAS E PACTOS NA CRIAÇÃO LITERÁRIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/folio.v13i2.9406

Palavras-chave:

Pacto, Renascentismo, Faustbuch, Mefistófeles, Criação Literária, Crítica Genética, Willemart

Resumo

Apesar da inexistência de manuscritos da obra A Trágica História do Doutor Fausto sabemos que a mesma foi inspirada no livro publicado pelo protestante Johann Spies, na Alemanha, em 1587, o Faustbuch. Ao contrário do texto no qual foi inspirado elucidamos que Christopher Marlowe não escreveu sua obra com a intenção da mesma servir como lição de moral em prol de um deus e com o fito de ser usado por religiosos, mas, para retratar um personagem que exerceu seu livre arbítrio movido por profunda vaidade científica: todos os prazeres que teve foram oriundos do poder conquistado através do conhecimento que lhe foi dado depois de seu pacto com Mefistófeles. Este artigo se propõe a analisar a relação de seu autor, Christopher Marlowe, com o personagem principal da trama, Fausto; para tanto iremos nos socorrer na Crítica Genética, especialmente, nos conceitos trazidos por Phillippe Willemart em relação dialógica com textos de outros grandes nomes da Literatura, Linguística e História Cultural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudia de Marchi, Universidade de Passo Fundo (UPF)

Mestranda  em Letras pela Universidade de Passo Fundo (UPF).

Gerson Luís Trombetta, Universidade de Passo Fundo (UPF)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Puc-RS). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor titular e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) e do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Referências

AZEVEDO, Nail Marques de. A interação entre Christopher Marlowe e William Shakespeare no contexto do drama elisabetano. Travessias Revista. Unioeste; 2008, v. 2, n. 2. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/ travessias/issue/view/313. Acesso em: 24 abr. 2021.Issn: 1982-5935.

BARTHES, Roland. A aventura semiológica. Tradução Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fortes, 2001, p. 304, In: Claudia Amigo; ZULAR, Roberto. Escrever sobre escrever: uma introdução crítica à crítica genética. São Paulo: Martin Fontes: 2007, p. 103.

BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução Mário Laranjeira. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BBC News. Quem é o misterioso autor que teria escrito três obras com Shakespeare. 5 nov. 2016. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-37803726#:~:text=Espi%C3 %A3o%2C%20agente%20duplo%2C%20conspirador%20cat%C3%B3lico,em%20circunst%C3%A2ncias%20misteriosas%20em%201593. Acesso em: 28 abr. 2021.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura no campo literário. Tradução Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CHARTIER, Roger. A mão do autor e a mente do escritor. Tradução George Schlesinger. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

CHARTIER, Roger. Formas e sentido cultura escrita: entre distinção apropriação. São Paulo: Mercado das Letras, 2003. In: CASTRO, C. A.; CASTELLANOS, S. L. V. Apropriações e representações sócio-históricas do trinômio leitura  texto leitor. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, n. esp. 1. sem., p. 42-63, 2009. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb. Acesso em: 27 abr. 2021. Doi: 10.5007/1518-2924.2009v14nesp1p42.

FOUCAULT, M. O que é um autor? Tradução Antonio F. Cascais e Eduardo Cordeiro. Lisboa: Vega, 1992. In: MARCHEZAN, Renata Coelho. A noção de autor na obra de M. Bakhtin e a partir dela. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, v. 10, n. 3. São Paulo. Sept./Dec. 2015. On-line version. ISSN: 2176-4573. Disponívelem: https://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S2176-45732015000300186. Acesso em: 26 abr. 2021.

GRESILLON, A. Alguns pontos sobre a história da crítica genética. 1991, v. 5, n. 11, p. 9. In: SIQUEIRA, Y. P. B. Considerações sobre a abordagem genética da literatura para um novo conceito de texto. Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, [S. l.], n. 38, p. 21-33, 2019. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/manuscritica/article/view/177946. Acesso em: 26 abr. 2021.

HALL, Stuart. Quem precisa de diferença? In: Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. SILVA, Tomaz Tadeu da (Org). HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

HEISE, Eloá. Fausto: a busca pelo absoluto. Revista Cult. [s.d]. São Paulo: Editora Bregantini: Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/fausto-a-busca-pelo-absoluto/. Acesso em: 09 ago. 2021.

INNOCÊNCIO, Francisco R. S. Doutor Fausto, Enamorado do Mundo. Revista Letras, [S.l.], v. 70, dec. 2006. ISSN: 2236-0999. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/letras/ article/view/4852/6390>. Acesso em: 27 abr. 2021. Doi: http://dx.doi.org/10.5380/ rel.v70i0.4852.

KLAUCK, Ana Paula. Angústia de Fausto, de Paula Mastroberti: as transformações do mito de Fausto da Idade Média à contemporaneidade. Textura: Revista de Educação e Letras. Canoas - RS, v. 15, n. 29, 2013. p. 79-93. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/ index.php/txra/issue/view/84. Acesso 24 abr. 2021.

LODGE, D. After Bakhtin. After Bakhtin: essays on fiction and criticism. London: Routledge, 1990, p. 87-89.

MARCHEZAN. Renata Coelho. A noção de autor na obra de M. Bakhtin e a partir dela. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, v. 10, n. 3, São Paulo, Sept./Dec. 2015. On-line version.Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext &pid=S2176-45732015000300186. Acesso em: 26 abr. 2021.ISSN: 2176-4573.

MUCHEMBLED, Robert. Uma história do Diabo: séculos XII-XX. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2001.

NERY, A. A. Primórdios do mito Faústico: o Faustbuch e o Fausto de Christopher Marlowe. In: MAGALHÃES, A. C. M. et al. (Orgs.). O demoníaco na literatura [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2012. p. 47-61. ISBN: 978-85-7879-188-9. AvailablefromSciELO Books.

PAZ, F. R.; GOMES, A. L. Representações renascentistas e góticas na tragédia moderna: uma análise de A história trágica do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe. Pitágoras 500, Campinas - SP, v. 9, n. 2, p. 215-233, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp. br/ojs/index.php/pit500/article/view/8654542. Acesso em: 26 abr. 2021. Doi: 10.20396/pita.v9i2.8654542.

PINO, Claudia Amigo; ZULAR, Roberto. Escrever sobre escrever: uma introdução crítica à crítica genética. São Paulo: Martin Fontes, 2007.

SALLES, C. A. Reflexões sobre os estudos do processo de criação em diálogo com a história da Crítica Genética. Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, [S. l.], n. 40, p. 12-20, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/manuscritica/article/view/177981. Acesso em: 29 abr. 2021. Doi: 10.11606/issn.2596-2477.i40p12-20.

SIQUEIRA, Y. P. B. Considerações sobre a abordagem genética da literatura para um novo conceito de texto. Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, [S. l.], n. 38, p. 21-33, 2019. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/manuscritica/article/view/177946. Acesso em: 25 abr. 2021.

TAVARES, Pedro Heliodoro. O Faustbuch de Spies: sementes luteranas para o mito literário. Fragmentos, v. 22 n. 1, p. 075/086. Florianópolis. jan./jun. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/view/31968 Acesso em: 23 abr. 2021. Doi: https://doi.org/10.5007/31968.

VÉDRINE, Hélene. As filosofias do Renascimento. Porto: Publicações Europa-América, 1971. In: PAZ, F. R.; GOMES, A. L. Representações renascentistas e góticas na tragédia moderna: uma análise de A História Trágica do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe. Pitágoras 500, Campinas - SP, v. 9, n. 2, p. 215-233, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/pit500/article/view/8654542. Acesso em: 26 abr. 2021. Doi: 10.20396/pita.v9i2.8654542.

WATT, Ian. Mitos do individualismo moderno: Faust, Don Quixote, Don Juan, Robinson Crusoe. Tradução Mario Pontes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

WILLEMART, Philippe. A escritura na era da indeterminação. São Paulo: Perspectiva - Fapesp, 2019.

WILLEMART, Philippe. Crítica genética e marginalidade. In: WILLERMART, Philippe. Crítica genética e psicanálise. São Paulo: Perspectiva – Brasília - DF: Capes, 2005.

WILLEMART, Phillippe. Os processos de criação na escritura, na arte e na Psicanálise. São Paulo: Perspectiva, 2009.

Downloads

Publicado

2022-03-19

Como Citar

Marchi, C. de, & Trombetta, G. L. . (2022). O MARLOWE DE FAUSTO: TRAMAS E PACTOS NA CRIAÇÃO LITERÁRIA. fólio - Revista De Letras, 13(2). https://doi.org/10.22481/folio.v13i2.9406