A (des)construção da infância e o racismo no conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato
DOI:
https://doi.org/10.29327/232521.8.2-2Palavras-chave:
Monteiro Lobato, Literatura Infância, RacismoResumo
O presente trabalho tem como tema principal o racismo e o maltrato à infância, evidenciados no conto Negrinha, de Monteiro Lobato, publicado em 1920. Pretende-se trazer à baila a discussão acerca da construção da infância ao longo do tempo e de como sempre foi negligenciado esse direito aos negros, evidente no conto de Lobato. A infância de Negrinha é, também, a infância de muitas crianças brasileiras de ontem e de hoje que sentem na carne o preconceito racial e a discriminação que as afetam e atingem dia a dia nas favelas e ruas dos grandes centros brasileiros e no mais longínquo rincão desse grande país. A mentalidade escravocrata da elite brasileira é representada pela personagem dona Inácia, que se recusa em aceitar a condição de ex-dona de escravos. Ela é o retrato da crueldade de uma sociedade hipócrita, que mesmo após 30 anos da Lei Áurea, ainda possuía hábitos escravagistas por se considerar superior em função da cor de sua pele ou de suas condições sociais. Discute-se, neste texto, então, que a situação presenciada no conto é descortinada na atualidade, por vezes, de forma mascarada. A sociedade brasileira, apesar de julgar-se moderna, permanece sendo discriminatória, preconceituosa e racista, especialmente no que se referre ao trato com a infância negra. Para fortalecer esse debate, então, valemo-nos de pesquisas acerca da construção da infância ao longo do tempo e de teóricos estudiosos de Lobato que dialogam com escritores da modernidade a fim de discutir as questões de racismo que estão na vitrine, na atualidade.
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Referências
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