Análise dos artefatos metafóricos discursivos na elaboração da mística do MST

Autores

  • João Rodrigues Pinto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano - campus Teixeira de Freitas/BA.

DOI:

https://doi.org/10.22481/lnostra.v3i1.13276

Palavras-chave:

Mística, Metáfora, Discurso, Sem Terra

Resumo

Partindo do pressuposto que a “essência da metáfora é compreender e experienciar uma coisa em termos de outra” (LAKOFF & JOHNSON, 2002, p. 48), o trabalho descreve as práticas e representações da Mística desenvolvida pelos estudantes do curso de Letras da Terra da Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Campus X), em parceria com o Pronera e o MST. O objetivo é compreender a mística como o espaço simbólico em que várias vozes estão inscritas, marcando o movimento dos sujeitos, dos sentidos, enfim, dos discursos, levando em consideração, a presença de metáforas “para dar expressão adequada às necessidades crescentes de seu espírito” (CASSIRER, 2003, p.103), mas, sobretudo, como estratégia persuasiva e sua eficácia retórica, uma vez que a mística e suas nuances narrativas se fazem presentes em todas as esferas do agir coletivo do MST como ferramenta eficaz no aprofundamento do sentido dos seus objetivos. Trata-se de uma abordagem que busca entender a mística enquanto celebração memoralística permeada por uma intencionalidade consciente e caracterizada como um processo que mobiliza, educa e politiza os sujeitos Sem Terra, como formas de melhor discernir sua identidade cultural e unidade ideológica. O corpus compõe-se de descrições e enunciados selecionados aleatoriamente de narrativas apresentadas nas místicas do MST.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Rodrigues Pinto, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano - campus Teixeira de Freitas/BA.

João Rodrigues Pinto, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano - campus Teixeira de Freitas/BA.

Doutorando em Linguística (PUC-Minas); Mestre em Teatro, Cultura e Educação /UNIRIO; Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia baiano - campus Teixeira de Freitas/BA.

Referências

ALMEIDA, A. A. A mística na luta pela terra. Revista NERA. Presidente Prudente Ano 8, n. 7 p. 22-34 Jul./Dez. 2005.

BAKHTIN, M. (VOLOCHÍNOV, V.N.). Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: HUCITEC, 1997.

BOFF, L.; BETTO, F. Mística e espiritualidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

BOGO, A. O vigor da Mística. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

BOLTANSKI, L.; THÉVENOT, L. De la justification. Les économies de la grandeur. Paris: Éditions Gallimard, 1991.

CARONE NETTO, M. Metáfora e Montagem. São Paulo: Perspectiva, 1974.

CHAVES, C. de A. A marcha nacional dos sem-terra: um estudo sobre a fabricação do social/Christine de Alencar Chaves. – Rio de Janeiro: Relume Dumará: UFRJ, Núcleo de Antropologia da Política, 2000.

CASSIRER, E. Linguagem, Mito e Religião. Trad. de Rui Reininho. Porto: Rés, 2003.

D'ONOFRIO, S. Teoria do Texto 2. São Paulo: Ática, 2003.

FORCEVILLE, C. Non-verbal and multimodal metaphor in a cognitivist framework: Agendas for research. In: FORCEVILLE, Charles; URIOS-APARISI, Eduardo. (Eds). Applications of cognitive linguistics: Multimodal Metaphor. New York: Mouton de Gruyter, 2009. p. 19-42.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.

GOMES, A. P. A metáfora da vida real: um estudo de letras de rap em Londrina. In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007, Maringá. Anais. Maringá, 2009, p. 95-106.

HERACLEOUS, L.; JACOBS, C.D. Undestanding organizations through embodied metaphors. Organization Studies, v. 29, n. 1, p. 45-78, 2008.

HOFFMANN, L. S. N. 1990. A cruz e a bandeira: a construção do imaginário dos sem-terra do RS - 1981-87. Dissertação (Mestrado em História) - Porto Alegre, UFRGS.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metaphors we live by. Chicago: The University of Chicago Press, 1980.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida Cotidiana. São Paulo: Mercado de Letras, 2002.

LAKOFF, G.; TURNER, M. More than cool reason: field guide to poetic metaphor. Chicago: University of Chicago Press, 1989.

MARCUSCHI, L . A . A Propósito da metáfora. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte , v. 9, n. 1, p. 71 - 8 9, jan/jun. 2000.

PASQUETTI, L. A. Terra ocupada: identidades reconstruídas, 1984-2004. Tese (Doutoramento em História) – Brasília: UNB, 2007.

PONCE, E. D. C. El Movimiento de Trabajadores Sin Tierra de Brasil: la protesta hacia una nueva gramática política. Archivo Piea 2003, Buenos Aires, 2003.

ROMÃO, L. M. S.; PACÍFICO, S. M. R. A biblioteca na página eletrônica do MST: heterogeneidade e memória. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo (Graduação e Pós-Graduação). Información, Cultura y Sociedad. n. 17 (2007), 39-50.

SAMPAIO, P. A. A mística. Disponível em: http://www.landless – voices.org/vieira/archive05.phtml. 2005. Acesso em: 05/09/2011.

ZANOTTO, M. S., MOURA, H. M. M, VEREZA, S.; NARDI, M. I. Apresentação à Edição Brasileira. In: LAKOFF, G. e JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. Trad. Maria Sophia Zanotto e Vera Maluf. Campinas: Mercado de Letras, 2002.

Downloads

Publicado

2019-07-05

Como Citar

Pinto, J. R. . (2019). Análise dos artefatos metafóricos discursivos na elaboração da mística do MST. Língu@ Nostr@, 3(1), 32 -53. https://doi.org/10.22481/lnostra.v3i1.13276