JOÃO GILBERTO NOLL: UM CONTEMPORÂNEO DE NOSSA VERTIGEM ESPECULAR
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v12i1.6548Palavras-chave:
Contemporâneo; João Gilberto Noll; Lorde.Resumo
Propõe-se indicar João Gilberto Noll como escritor fundamental para pensar a literatura do século XXI, especificamente no romance Lorde (2004). Usando uma linguagem indissociável entre prosa e poesia, o escritor é um contemporâneo ao criar narrativas à margem da exigência do espetáculo editorial e narrar “com o olhar fixo no seu tempo, para perceber não as luzes, mas o escuro” (AGAMBEN, 2009). A hipótese de contemporaneidade literária é a de que, com Lorde, é possível estabelecer uma aproximação com o desterramento, o desenlace, a provisoriedade, a melancolia que marca o nosso tempo – nosso e o da literatura. Longe do consumo, da submissão ao ‘vale-tudo’ da felicidade como meta, o protagonista é frágil, inseguro e só. A contemporaneidade em João Gilberto Noll está numa literatura que não facilita, não é ‘produtiva’, mas é potente ao confrontar, ameaçar e mostrar ‘identidades’ em deterioração, nas imagens que o espelho que essa literatura retrata.
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Referências
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