ANTROPOFAGIA COMO METÁFORA DE RESISTÊNCIA CULTURAL: CO-MO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS, DE NELSON PEREIRA DOS SANTOS
Abstract
Inspirado na história do alemão Hans Staden, capturado por indígenas no início da colonização do Brasil, Nelson Pereira dos Santos realiza Como era gostoso o meu francês. Falado em Tupi, o filme narra as aventuras de um explorador europeu que, prisioneiro dos Tupinambás, incorpora-se à vida cultural da tribo até ser devorado em um rito antropófago. Em sintonia com a releitura tropicalista da cultura antropófaga, o longa-metragem compartilha a tese modernista que identifica no confronto entre colonizado e colonizador a relação entre cultura brasileira e cultura estrangeira. Pretendendo discutir alguns aspectos da representação do indígena no filme, tentaremos indicar a idealização de um passado original como matriz da identidade nacional, cuja defesa simbólica se projeta no mito do canibal devorador de colonizadores.
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