REPRESENTAÇÕES SOBRE A ESCRITA CIENTÍFICA EM VÍDEOS DO YOUTUBE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7047

Palavras-chave:

Artigo científico; Canal do YouTube; Escrita científica.

Resumo

Partindo da necessidade de se problematizar questões relacionadas à leitura e à escrita no ensino superior no contexto das tecnologias digitais, este artigo objetiva analisar representações acerca da escrita científica expressas em vídeos do YouTube. Assumindo um olhar interpretativo e uma abordagem qualitativa, o trabalho centra-se no exame de dois vídeos do canal do Youtube “TCC Sem Drama” destinados a apresentar orientações sobre como escrever artigos científicos. A fundamentação teórica compreende ideias de pensadores e comentadores do Círculo de Bakhtin e trabalhos de estudiosos que abordam a escrita científica em perspectiva enunciativa e/ou sociorretórica. A análise aponta que a escrita científica é significada, nesses vídeos, como um produto com estrutura fixa, homogênea e generalizável, a ser apreendida por um conjunto de técnicas concebidas para cumprir, dentro de um espaço de tempo reduzido, uma mera tarefa/obrigação acadêmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Cezinaldo Rocha Bessa, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern)

Doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Campus de Araraquara. Professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern).

Nara Karolina de Oliveira Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL).

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 2018. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT.

ATALLAH, Mariana de Castro; NOGUEIRA, Mayara de Oliveira. “E eu tô aqui sofrendo”: uma entrevista e os vários fenômenos sociolinguísticos interacionais. Percursos linguísticos, v. 3, n. 7, p. 1-21, 2013.

AVELINO, Bruna Camargos. Olhando-se no espelho: uma investigação sobre o Narcisismo no ambiente acadêmico. 2017. 206f. (Tese de Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

AZZARI, Eliane Fernandes. EFL collaborative writing: text production and online resources. Diálogo das Letras, v. 8, n. 1, p. 52-65, jan./abr. 2019.

BAKHTIN, Mikhail. Por uma metodologia das ciências humanas. Organização, tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2017, p. 57– 79.

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Organização, tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, p. 11–69. 2016.

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. 5ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015.

BAZERMAN, Charles. El descubrimento de la escritura acadêmica. Traducción de Natalia Ávila Reye. In: NAVARRO, Federico. (Coord.). Manual de escritura para carreras de humanidades. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Editorial de la Facultad de Filosofía y Letras Universidad de Buenos Aires, 2014. p. 11-16.

BERNARDINO, Cibele Gadelha; COSTA, Raquel Leite Saboia. A metodologia de artigos acadêmicos em diferentes culturas disciplinares. Fórum Linguístico, v. 14, p. 2666-2684. 2017.

BERNARDINO, Cibele Gadelha; COSTA, Raquel Leite Saboia. A introdução de artigos acadêmicos e as diferenças entre culturas disciplinares. Intersecções, v. 9, p. 151-170. 2016.

BESSA, José Cezinaldo Rocha. Dialogismo e construção da voz autoral na escrita do texto científico de jovens pesquisadores. 2016, 385 f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara), 2016a.

BESSA, José Cezinaldo Rocha. O discurso citado na macroestrutura textual de artigos científicos de jovens pesquisadores. Ilha do Desterro, v. 69, p. 45, 2016b.

BESSA, José Cezinaldo Rocha; BERNARDINO, Rosângela Alves dos Santos. Equívocos em torno da escrita: o caso das dicas de produção de textos em vídeos do YouTube. Domínios de Lingu@Gem, v. 11, n. 1, p. 174 - 191, 2016.

BOCH, Françoise; GROSSMANN, Francis. Referir-se ao discurso do outro: alguns elementos de comparação entre especialistas e principiantes. Scripta, v. 6, n. 11, p. 97-108. 2002.

BOSIO, Iris Viviana. ¿Podemos mejorar la calidad de la escritura en el posgrado? Algunas respuestas a partir de un proceso de investigación-acción. Rev. Bras. Linguíst. Apl., v. 18, n. 4, p. 737-769. 2018.

BRAIT, Beth; MELO, Rosineide de. Enunciado/enunciado concreto/enunciação. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, p. 61-78. 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. 2018. Brasília, MEC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 15 dez. 2018.

BURTON, Vicki Tolar.; CHADWICK, Scott. A. Investigating the practices of student researchers: patterns of use and criteria for use of internet and library sources. Computers and Composition, v. 17, n. 3, p. 309–328. 2000.

CARLINO, Paula. Escrever, ler e aprender na universidade - uma introdução à alfabetização acadêmica. Petropolis: Vozes, 2017.

CORACINI, Maria José Rodrigues Faria. Um fazer persuasivo: o discurso subjetivo da Ciência. 2ª ed. Campinas: Pontes, 2007.

DANTAS, S. G. M.; LIMA, S. C. de. A escrita colaborativa no Google Docs: uma proposta de ensino do gênero textual factual recount no ensino técnico de nível médio integrado. Diálogo das Letras, v. 8, n. 3, p. 157-176. 2019.

DAY, Robert A. Como escrever e publicar um artigo científico. Tradução de Marina André de Alvarez. 5ª ed. São Paulo: Livraria e Editora Santos, 2001.

GARCIA NEGRONI, María Marta. Subjetividad y discurso científico-académico: acerca de algunas manifestaciones de la subjetividad en el artículo de investigación en español. Rev. Signos, v. 41, n. 66, p. 9-31. 2008.

HYLAND, Ken. Disciplinary discourses: social interactions in academic writing. Michigan: The University of Michigan Press, 2004.

HYLAND, Ken. Dialogue, persuasion and community in research writing. In: GIL-SALOM, Luz; SOLER-MONREAL, Carmen. (eds.). Dialogicity in Written Specialised Genres. Amsterdam: John Benjamins, 2014.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e comunicação: interconexões e convergências. Educ. Soc., v. 29, n. 104, p. 647-665. 2008.

KENSKI; Vani Moreira. Aprendizagem mediada pela tecnologia. Revista Diálogo Educacional, v. 4, n. 10, p. 47-56. 2003.

KERSCH, Dorotea Frank; MARQUES, Renata Garcia. Redes sociais digitais na escola: possibilidades de conexão, produção de sentido e aprendizagem. Diálogo das Letras, v. 6, n. 2, p. 343-362. 2017.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Portalegre: Artes Médicas, Sul Ltda.; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LODER, Letícia Ludwig; JUNG, Neiva Maria. (org.). Análises em fala-em-interação institucional: a perspectiva da análise da conversa etnometodológica. Campinas: Mercado de Letras, 2009.

MACHADO, A. M. N. Do modelo ao estilo: possibilidades de autoria em contextos acadêmico-científicos. In: CALIL, E. (org.). Trilhas da escrita: autoria, leitura e ensino. São Paulo: Cortez, 2007. p. 171-207.

MARTÍN, Eloísa. Ler, escrever e publicar no mundo das ciências sociais. Revista Sociedade e Estado, v. 33, n. 3, p. 941-961. 2018.

MCCLURE, Randall; CLINK, Kellian. How Do You Know That? An Investigation of Student Research Practices in the Digital Age. Libraries and the Academy, v. 9, n. 1, p. 115–132. 2009.

MEDVIÉDEV, Pável Nikoláevitch. O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica. Tradução de Ekaterina Vólkova Américo e Sheila Camargo Grillo. São Paulo: Contexto, 2012.

MORAN, José Manuel. Como utilizar a internet na educação. Ciência da Informação, v. 26, n. 2, p. 1-8. 1997.

MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Gaciela Rabuske. Produção textual na universidade. 1ª ed., São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

NAVARRO, Federico; BROW, Ana. Lecture y escritura de géneros académicos: conceptos básicos. In: NAVARRO, Federico. (coord.). Manual de escritura para carreras de humanidades. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Editorial de la Facultad de Filosofía y Letras Universidad de Buenos Aires, 2014. p. 55-100.

OKADA, Alexandra. O que é cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento. In: OKADA, Alexandra. (org.). Cartografia cognitiva: mapas do conhecimento para pesquisa, aprendizagem e formação docente, Cuiabá: KCM, 2008. p. 37-65.

QUEIROZ, Maria Eliete de; BESSA, José Cezinaldo Rocha; JALES, Adriana Morais. Os significados de escrever no ensino superior: a produção textual no discurso de professores e alunos de um curso de Letras. Alfa, v. 59, n. 3, p. 523-538, 2015.

RIBEIRO, Ana Elisa. Que futuros redesenhamos? Uma releitura do manifesto da Pedagogia dos Multiletramentos e seus ecos no Brasil para o século XXI. Diálogo das Letras, v. 9, p. 1-19, e02011, 2020.

RUSSEL, D. Letramento acadêmico: leitura e escrita na universidade: entrevista com David Russel. Entrevista concedida a Flávia Brocchetto Ramos e Vânia Marta Espeiorin. Conjectura, v. 14, n. 2, p. 214-247. 2009.

SACKS, H., SCHEGLOFF, Emanuel. A.; JEFFERSON, Gail. A simplest systematic for the organization of turn-taking for conversation. Language Baltimore, v. 50, n. 4, p. 696-735. 1974.

SEVERINO, Antônio Joaquim. A educação e universidade. Interfaces - Comunic, Saúde, Edc, v. 6, n. 10, p. 117-124. 2002.

SOBRAL, Aldair. Do dialogismo ao gênero: as bases do pensamento do Círculo de Bakhtin. Campinas: Mercado das letras, 2009.

SWALES, Jonh. Genre analysis: english in academic and research settings. Cambridge: CUP, 1990.

VALENTE, José Armando. A comunicação e a educação baseada no uso das tecnologias digitais de informação e comunicação. Revista UNIFESO: humanas e sociais, v. 1, n. 1, p. 141-166. 2014.

VOLÓCHINOV, Valentim. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova. São Paulo: Editora 34, 2017.

Downloads

Publicado

2021-02-15

Como Citar

Bessa, J. C. R., & Silva, N. K. de O. (2021). REPRESENTAÇÕES SOBRE A ESCRITA CIENTÍFICA EM VÍDEOS DO YOUTUBE. fólio - Revista De Letras, 12(2). https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7047