MEMÓRIA – A DEISCÊNCIA DA PERCEPÇÃO
Resumo
A memória é apresentada como deiscência da percepção, sendo o conceito de deiscência arquitetado em sua dimensão fenomenológica, ou seja, como abertura ou encontro criativo que possibilita a existência do duplo. E é essa memória, concebida inseparável do modo de existência de cada formação textual, que, dependendo de cada dimensão discursiva que a tenha gerado, apresentará repertórios, ou conjuntos harmônicos de interpretantes, diferentes. Apresentamos, dessa forma, três regimes para a memória, que podem ser chamados, também, de modos de “mais-significar”, já que a memória é uma forma de significar a mais, ou de reiteração significativa. A memória é, assim, a historicidade da vida, que capta as formações discursivas como excesso do que se queria fazer, dizer e pensar, excesso que abre aos outros a possibilidade de retomada e de criação. O corpus para análise foi composto por textos de Hilda Hilst, principalmente os encontrados em Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão.
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