A RODA DA ESCRITURA NO ROMANCE A HORA DA ESTRELA, DE CLARICE LISPECTOR: UMA ENGRENAGEM COMPLEXA
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7376Palavras-chave:
A hora da estrela., Clarice Lispector, Roda da escrituraResumo
Este artigo propõe uma breve análise do romance A hora da estrela, de Clarice Lispector, à luz da teoria genética denominada roda da escritura, elaborada por Phillippe Willemart (2009), discutindo cada uma das suas quatro instâncias – escritor, scriptor, narrador e autor – e observando como cada uma delas é apresentada na narrativa. A escolha da referida obra literária justifica-se pelo fato de que ela contempla “uma história escrita dentro da história”, onde a autora cria um narrador (Rodrigo S.M., que também é escritor) com a finalidade de não ser percebida. Considerando a natureza singular da obra, o que inclui o fato da autora – figura marcante da literatura brasileira – revelar-se inúmeras vezes na voz do narrador, e ambos serem escritor e scriptor, um estudo da sua roda da escritura acaba nos apontando para a complexidade e o dinamismo estabelecidos pelo movimento de suas quatro instâncias. Para além, esse estudo poderá oferecer contribuições para a fortuna crítica da obra de Clarice Lispector, bem como ao campo de investigações da Crítica Genética e dos processos de criação artística na contemporaneidade, em especial àqueles que têm como objeto de análise a roda da escritura ou uma de suas quatro instâncias em uma determinada narrativa literária.
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