CENTRO COMPLEXO E SEMOVENTE: A LINGUAGEM E A VERTIGEM CLARICE LISPECTOR
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7383Palavras-chave:
Clarice Lispector, Deformation, Ideal formation, Semiotic “I”Resumo
Este texto tem por objetivo refletir sobre aquele que julgamos ser o efeito mais saliente da escrita de Clarice Lispector. Exímia “artesã” na deformação das formações ideais que nos asfixiam, enrijecendo-nos a vertiginosa potência de existir, a escrita de Clarice tem o dom de nos devolver, estranhados, à nossa centralidade complexa e semovente. Ela estranha a si e a seu mundo para estranhar o leitor e reativar-lhe o “eu” semiótico. Reativado, este “eu” semiótico não apenas toma consciência da sua condição de centro complexo e semovente, sensível a outras formas de vida e à variedade dos afetos que as assediam, mas também torna-se, em consequência disso, capaz de evitar toda redução “naturalizadora” decorrente do exclusivismo de qualquer formação ideal em seu campo de presença.
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