Língua Portuguesa e multiletramentos, perspectivas da Base Nacional Comum Curricular-EM
DOI:
https://doi.org/10.29327/232521.2.2-9Palavras-chave:
Base Nacional Comum Curricular, Ensino Médio, MultiletramentosResumo
Este trabalho discorre a respeito da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio à luz dos multiletramentos (NEW LONDON GROUP, 1996/2000; ROJO, 2013; ROJO e BARBOSA, 2015; ROJO e MOURA, 2019). Analisa as características dos multiletramentos em sua articulação com as habilidades requeridas na BNCC (BRASIL, 2017), para a área de Língua Portuguesa, voltada ao ensino médio. A razão disso é que pesquisas têm apontado que há um hiato existente entre o que dizem os ordenamentos legais e o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa (ROJO, 2013). A causa disso é que as determinações desses documentos coocorrem com o desconhecimento, por parte do educador, das teorias de linguagem que os embasam (KLEIMAN, 2007, 2008), em grande parte, por não integrarem os programas dos cursos de Pedagogia e de Letras que os formam (SOARES, 1997). Acontece que esses documentos, apoiados em teorias que os professores ignoram, são orientadores de livros didáticos e outros instrumentos pertencentes à esfera da educação (cf. KLEIMAN, 2008). Isso contribui para que a imutabilidade de sentidos e significados se estabeleça, fazendo com que não haja mudanças nos modos de pensar e agir docente, configurando-se como mais um aporte para que as transformações nas escolas, não aconteçam (MAGALHÃES, 2011). Este trabalho situa-se no campo da Linguística Aplicada Crítica e trata-se de um estudo documental (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008). Teoricamente, tem base nos estudos sobre Multiletramentos (NEW LONDON GROUP, 1996/2000, ROJO, 2013; ROJO e BARBOSA, 2015; ROJO e MOURA, 2019). Os dados são analisados de acordo com a noção bakhtiniana de gênero do discurso, atrelada à concepção de esfera da atividade (BAKHTIN [1952-1953] 2016; BAKHTIN/VOLOSHINOV [1929]2009). A análise das habilidades selecionadas da BNCC evidenciou a supressão de etapas enunciativas devido ao uso de tropos lexicais por expansão semântica (FIORIN, 2016), dentre outros.
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