Perspectivas do letramento digital na Base Nacional Comum Curricular de Língua Portuguesa para o Ensino Médio
DOI:
https://doi.org/10.22481/lnostra.v8i1.13142Palavras-chave:
documentos oficiais, letramento digital, gêneros textuais/discursivos, ensino de língua portuguesaResumo
Este trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa (ESTEBAN, 2010), de base interpretativista, de caráter documental (LUDKE; ANDRÉ, 1986; CELLARD, 2012) e se insere no campo de estudos da linguagem. Este artigo tem por objetivo realizar uma análise das perspectivas do letramento digital na Base Nacional Comum Curricular para o ensino da língua portuguesa no Ensino Médio (BNCC/EM/LP/ MEC, 2018). Esse é o primeiro documento brasileiro que apresenta a proposta de definir os objetivos de aprendizagem e os conteúdos a serem abordados em todas as escolas do território nacional. O documento apresenta o discurso de que está centrado no desenvolvimento de competências, com vistas a alcançar a educação integral dos jovens, para que eles se tornem críticos e autônomos, protagonistas de seus conhecimentos, por intermédio da investigação, da pesquisa e intervenção. Portanto, é imprescindível discutir as concepções de ensino veiculadas nos enunciados desse “novo” documento, que contribui diretamente para a formação de professores, para a elaboração de currículos estaduais e municipais e também para a condução das aulas. Para análise do corpus, consideramos os estudos sobre o letramento (ROJO, 2009, 2012, 2016; TFOUNI, 2010; SOARES, 1998; DUDENEY, G; HOCKLY, N; PEGRUM, M., 2016; KLEIMAN, 2006) e as contribuições teóricas sobre as noções de gênero discursivo/ textuais (BAKHTIN, 2003; BAKHTIN, VOLOCHINOV, 2006; MARCUSCHI, 2008). Os dados apontam para uma perspectiva de trabalho em língua portuguesa voltada para o letramento digital por meio dos gêneros textuais/discursivos que circulam nos campos da atividade humana.
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