O VÍNCULO INTRAGRUPAL E A EMERGÊNCIA DAS FRONTEIRAS ÉTNICAS
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4067Palabras clave:
Etnicidades., Identidades Étnicas., Produção de CorposResumen
O presente texto é resultado de uma pesquisa em nível de mestrado que buscou investigar a produção de corpos e pertencimentos étnicos a partir das interações vivenciadas por adolescentes de um grupo de dança em um projeto social, localizado no bairro Nossa Senhora da Vitória em Ilhéus-BA. Utilizamo-nos do método etnográfico, baseado nos estudos de Cliford (1998), Frankham e MacRae (2015) e Pimentel (2009). Nosso foco neste artigo é discutir, a partir do vínculo intragrupal e das narrativas de ascendência/descendência, a produção de corpos e pertencimentos étnicos das/os adolescentes do grupo de dança pesquisado. O corpo é produzido no processo de aprendizado da dança e no reconhecimento do seu pertencimento étnico e, nesse sentido, a produção dos corpos se relaciona com os dramas sociais vividos no contexto da periferia. No contexto dessa pesquisa produzir corpos implica em produzir etnicidades.
Descargas
Citas
BARTH, F. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. (Trad. John Cunha Comerford). Rio de janeiro: Contra Capa Livraria, 2000.
BENTO, M. A. S. Branquitude e branqueamento.In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Orgs.) Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
CARNEIRO DA CUNHA, M. Enicidade: da cultura residual mais irredutível. In:______. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac & Naify, 2009.
CARONE, I. Breve histórico de uma pesquisa psicossocial sobe a questão racial brasileira. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
CLIFFORD, J. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
COHEN, A. Organizações “invisíveis”: alguns estudos de casos. In:_____. O homem bidimensional: a antropologia do poder e o simbolismo em sociedades complexas. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1978.
CSORDAS, T. Corpo/significado/cura. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2008.
ELIAS, N.; SCOTSON, J. L. Os Estabelecidos e os Outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.FAUSTINO, D. M. Frantz Fanon: um revolucionário, particularmente negro. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2018.
_____. Por que Fanon, por que agora? Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil. 261f. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade Federal de São Carlos, 2017.
FENTON, S. Etnicidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
FRANKHAM, J.; MACRAE, C. Etnografia. In: SOMEKH, B.; LEWIN, C. (Orgs.). Teoria e método de pesquisa social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
GOLDMAN, M. Alguma Antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.
GOMES, N. L. Educação e Relações Raciais: Refletindo sobre algumas Estratégias de Atuação. In: MUNANGA, K. (Org.). Superando o racismo na escola. 3ª ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001.
_____. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
______. Movimento negroeducador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Belo Horizonte: Vozes, 2017.
GONÇALVES, C. P. Política, cultura e etnicidade: indagações sobre encontros intersocietários. Antropologia em Primeira Mão. Florianópolis, SC: UFSC, 2004.
GUIMARÃES, A. S. A. Raça, cor, cor da pele e etnia. Cadernos de Campo. São Paulo, n. 20, p. 1-360, 2011. Disponível em: www.revistas.usp.br/cadernosde campo/article/view/36801/39523. Acesso em: nov, 2017.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006.
______. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009.
HITA, M. G. Introdução: controvérsias e debates atuais sobre raça, etnicidade e identidades(a). In: ______. (Org.). Raça, racismo e genética: em debates científicos e controvérsias sociais. Salvador: EDUFBA, 2017.
HOFBAUER, A. Raça, cultura, identidade e o “racismo à brasileira”. In: BARBOSA, L. M. de A; SILVA, P. B. G. e; SILVÉRIO, V. R. De preto a afro-descendente. São Carlos: EDUFSCar, 2010.
LE BRETON, D. Antropologia do corpo e modernidade. Tradução de Fabio dos Santos Creder Lopes. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013a.
______. Antropologia do corpo. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
______. Adeus ao corpo: Antropologia e sociedade. 6 ed. Campinas, SP: Papirus, 2013b.
MAUSS, M. Uma Categoria do Espirito Humano: A noção de pessoa, a de Eu. In: ______. Sociologia e Antropologia. São Paulo, EDUSP, 1974. v. 2.
MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In:______. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 399-422.
MUNANGA, K. (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2002.
______. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: Identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
______. A ambiguidade do racismo à brasileira. In: KON, N. M.; SILVA, M. L. da; ABUD, C. C. (Orgs.). O racismo e o negro no Brasil: questões para a Psicanálise. São Paulo: Perspectiva, 2017.
NOGUEIRA, I. B. Cor e inconsciente. In: KON, N. M.; SILVA, M. L. da; ABUD, C. C. (Orgs.). O racismo e o negro no Brasil: questões para a Psicanálise. São Paulo: Perspectiva, 2017.
OLIVEIRA, R. C.de. Identidade, Etnia e Estrutura Social. São Paulo: Pioneira, 1976.
______. Reconsiderando etnia. Sociedade e cultura, vol. 6, n. 2, julho-dezembro, 2003. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fchf/article/view/913/1119. Acesso em: 5, jul, 2016.
______. Caminhos da identidade: Ensaio sobre etnicidade e multiculturalismo. São Paulo: Editora Unesp; Brasília: Paralelo, 2006.
______. Identidade étnica, identificação e manipulação. Sociedade e Cultura. vol. 6, núm. 2, julho-dezembro, 2003, pp. 117-131.
PEREIRA, L. N. A construção da ideia de raça. In: GONÇALVES, M. A. R.; RIBEIRO, A. P. A. 2 Diversidade e sistema de ensino brasileiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Outras Letras, 2014.
PIMENTEL, Á. Considerações sobre a autoridade e o rigor nas etnografias da educação. In: MACEDO, R. S.; GALEFFI, D.; PIMENTEL Á. Um rigor outro sobre a questão da qualidade na pesquisa qualitativa: educação e ciências antropossociais. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 127-173.
POUTIGNAT, P.; STREIFFE-FENART, J. Teorias da Etnicidade: seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de FredrikBarth. 2. ed. São Paulo: UNESP, 2011.
RESTREPO, E. Etnización de la negridad: la invención de las ‘comunidades negras’ como grupo étnico en Colombia. Popayán: Universidade del Cauca, 2013.
ROOSENS, E. A natureza primordial das Origens na etnicidade migrante. In: VERMEULEN, H.; GOVERS, C.(Orgs.). Antropologia da etnicidade: para além de Ethnic Groups and Boundaries. Lisboa: Fim de Século, 2003.
SCHWARCZ, L. M. Manuela se escreve entre aspas. In: LEPINE, C.; HOFBAUER, A.; SCHWARCZ, L. M. Manuela Carneiro da Cunha: O lugar da cultura e o papel da antropologia. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2011.
SILVA, A. C. da. A Desconstrução da Discriminação no Livro Didático in Superando o Racismo na escola. In: MUNANGA, K. (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2002.
______. A representação social do negro no livro didático: o que mudou? Por que mudou? Salvador: EDUFBA, 2011.
SILVA, P. B. G e. Estudos Afro-brasileiros: africanidades e cidadania. In: ABRAMOWICZ, A.; GOMES, N. L. (Orgs.). Educação e raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
SILVA, P. B. G. e. Crianças negras entre a assimilação e a negritude. REVEDUC-Revista Eletrônica de Educação, v. 9, n. 2, p. 161-187, 2015. Disponível em: http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1137; Acesso: maio de 2017.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T.da (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
SOUZA, E. F.de. Corpo e etnicidade: os aspectos limítrofes do habituse os contornos identitários entre estabelecidos e outsiders. Anais do IX Simpósio Internacional Processo Civilizador. Ponta Grossa, Paraná, 24 a 26 de novembro de 2005.SOUZA, J. R.de.; SANTOS, L. Experiências e estéticas afro-diaspóricas: o corpo, a dança e o canto como procedimentos de criação de Ijo Alapini. Revista Antropolítica, n. 40, p. 105-127, 1.Sem. 2016. Disponível em: http://www.revistas.uff.br/index.php/antropolitica/issue/view/17/showToc; Acesso: junho de 2017.
SOUZA, N. S. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
TURNER, V. O processo Ritual: Estrutura e Antiestrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.
______. Floresta de Símbolos: aspectos do ritual Ndembu.(Tradução: Pinto, P. G. H. da Rocha) Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2005.
______. Dramas, campos e metáforas: Ação simbólica na sociedade humana. (Tradução: Morais., F.) Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2008.
VERMEULEN, H.; GOVERS, C. (Orgs.). Antropologia da etnicidade: para além de Ethnic Groups and Boundaries. Lisboa: Fim de Século, 2003.
