PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO EM UMA PERSPECTIVA COMPARADA ENTRE BRASIL E ARGENTINA
Palavras-chave:
Interações discursivas, Ensino de Química., Educação comparada.Resumo
Este artigo apresenta uma análise comparativa entre práticas de ensino de Química no Brasil e na Argentina, e tem como objetivo principal contrastar as interações discursivas entre professores e alunos em sala de aula para averiguar suas semelhanças e diferenças. A teoria do discurso pedagógico de Basil Bernstein forneceu os conceitos que definiram o marco teórico-metodológico para a análise, cujos dados foram coletados em diferentes escolas públicas e particulares das cidades de Santa Fé e Paraná, na Argentina e de Jequié, no Brasil, entre 2013 e 2014. Esses dados incluem a observação e o registro em áudio de aulas de Química do 1° ano do Ensino Médio em cada país. Os áudios foram transcritos e originaram mapas de episódios, de onde obtivemos nossas unidades de análise. Como recorte para este artigo, analisamos as interações verbais nos momentos em que os professores instruem tarefas e atividades para seus alunos, e quando realizam perguntas durante a explicação do conteúdo. Os resultados indicaram mais semelhanças que diferenças entre as práticas analisadas, quando se contrastam escolas cujo público apresenta perfis socioeconômicos aproximados.
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