ESPACIALIDADES DO RESSENTIMENTO NO CINEMA BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
DOI:
https://doi.org/10.22481/sertanias.v3i1.12014Palavras-chave:
Ressentimento, Cinema brasileiro, EspacialidadeResumo
Este trabalho tem por objetivo analisar a espacialidade presente em filmes brasileiros contemporâneos que trazem a temática do ressentimento. Trabalhado na Filosofia por Nietzsche, na Sociologia por Adorno e Horkheimer, e na Psicologia por Kehl, o ressentimento está relacionado à idealização moderna que pressupõe a igualdade entre os homens e caracteriza-se pela incapacidade de um indivíduo agir afirmativamente em função de algum dano que lhe é causado, passando a se consumir por uma vingança apenas imaginária. Para Nietzsche, é uma das três formas de niilismo e é a essência da moral cristã. Na Sociologia, fundamenta-se na mimese falsa. Psicologicamente, atrela-se à privação e à recusa em se responsabilizar pelas escolhas próprias. Esteticamente, vincula-se ao (melo)drama e a certo maniqueísmo das personagens, e está presente no audiovisual brasileiro contemporâneo por meio das ‘figuras do ressentimento’. Metodologicamente, para tratarmos do tema, realizamos revisão bibliográfica e utilizamos alguns filmes produzidos no Brasil a partir de 2000.
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