Gramáticas de Estado: um estudo sobre as práticas de estado e discurso de “desenvolvimento” em Atafona – São João da Barra/RJ
DOI:
https://doi.org/10.22481/sertanias.v2i1.12175Palavras-chave:
Desenvolvimento, Conflito ambiental, EstadoResumo
O Estado pode se apresentar de variadas formas na vida cotidiana de diferentes grupos sociais, principalmente, com aqueles que se encontram nas “margens do Estado”. Estes grupos são constantemente alvos de políticas de regulação e de “desenvolvimento” que intentam disciplinar e regular suas práticas, ao mesmo tempo, vale salientar, as práticas e o modo de vida nestes espaços moldam as formas do Estado agir. A partir de um estudo etnográfico realizado entre os anos 2012 e 2013 com a comunidade de pescadores de Atafona (São da Barra -RJ), este artigo busca analisar como ocorreu a atuação do Estado na implementação de um projeto econômico de “desenvolvimento” através da implantação de um complexo portuário e o aumento do número de plataformas de extração de petróleo. Tomo este processo como integrante de um projeto modernizador de Estado-Nação, dessa forma, descrevo como ele é colocado em prática e quais os significados que a categoria “desenvolvimento” assume. Do mesmo modo, procuro compreender as estratégias utilizadas pelos pescadores para manterem suas práticas no espaço marítimo disputado, onde certos grupos têm mais legitimidade que outros na apropriação do mar, já que o Estado particulariza o espaço público, legitimando o uso daqueles que tem o papel de “desenvolver” o país.
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