REVISÃO TEXTUAL E GÊNERO ACADÊMICO TESE DE DOUTORADO: A NEGOCIAÇÃO DE SENTIDOS COMO CERNE DA INTERAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8218Palavras-chave:
Revisão textual; Negociação; Gênero discursivo tese de doutorado.Resumo
Na esfera acadêmica é intensa a produção de trabalhos, principalmente escritos, os quais devem estar adequados do ponto de vista da norma culta. Assim, para promover adequações linguístico-discursivas no texto, costuma ser necessária sua revisão textual. Diante disso, nosso principal objetivo é refletir sobre a relevância da negociação entre interlocutores para a construção de sentido, no processo de produção do gênero acadêmico tese de doutorado. Assim, selecionamos duas teses de doutorado, dando destaque a alguns excertos de cada uma, nos quais contêm interações sobre o sentido, comparando os mesmos trechos revisados com a versão pós-ajustes. Teoricamente, adotamos uma perspectiva textual, com base em autores como Costa Val (1999), Marcuschi (2008), Antunes (2010), entre outros, pois cremos que o revisor funda-se em recursos linguísticos na realização de seu trabalho, e uma perspectiva sociointeracionista bakhtiniana, uma vez que esse gênero possui caráter essencialmente dialógico, interacional e polifônico. Com base em nossas análises, salientamos, pois, a relevância da negociação entre autor e revisor, na etapa da revisão textual, para a configuração do gênero discursivo tese de doutorado, principalmente porque o diálogo representa um caráter constitutivo da própria linguagem e essencial para a efetivação do sentido.
Downloads
Referências
ANTUNES, I. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. Prefácio à edição francesa Tzvetan Todorov; introdução e tradução do russo Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
BAKHTIN, M. M. O discurso no romance. In: BAKHTIN, M. M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini et al. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014. p. 71-210.
BAKHTIN, M. M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução direta do russo, notas e prefácio de Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2018.
BARROS, D. L. P. Contribuições de Bakhtin às teorias do discurso. In: BRAIT, B. Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997, p. 27-35.
BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à Linguística: domínios e fronteiras, v. 1. São Paulo: Cortez, 2001. p. 245-282
BUENO, S. Minidicionário de Língua Portuguesa. 2. ed. São Paulo: FTD, 2007.
CÂMARA JR., J. M. História da Lingüística. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1975.
COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. – (Texto e linguagem)
COSTA VAL, M. G. Texto, textualidade e textualização. In: CECCANTINI, J. L. T.; PEREIRA, R. F.; ZANCHETTA JR., J. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v. 1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004. p. 113-128.
GUEDES, L. F. Revisão de textos: conceituação, o papel do revisor textual e perspectivas do profissional do texto. 2013. 13f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Letras Português) – Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
ILARI, R. Introdução à semântica – brincando com a gramática. 7. ed., 3ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2010.
KOCH, I. V.; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. 16. ed. – São Paulo: Contexto, 2004.
LEMOS, P. S.; PEREIRA, M. H. de M. O gênero textual TCC e a revisão de textos acadêmicos: pontos de contato. Intersecções, edição 24, ano 10, número 3 – novembro/2017, p. 216-234. Disponível em: http://www.portal.anchieta.br/revistas-e-livros/interseccoes/pdf/interseccoes-ano-10-numero-3.pdf. Acesso em: 15 jun. 2019.
MELO, P. B. Um passeio pela História da imprensa: o espaço público dos grunhidos ao ciberespaço. Comunicação e Informação, V 8, n° 1: p. 26-38. – jan./jun. 2005. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/ci/article/view/24592. Acesso em: 20 jun. 2019. DOI: https://doi.org/10.5216/c&i.v8i1.24592
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. H. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
OLIVEIRA, R. R. F. Revisão de textos: da prática à teoria. Natal, RN: EDUFRN, 2016. 159p.: PDF. Disponível em: http://repositorio.efrn.br/jspui. Acesso em: 01 ago. 2019.
POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996. (Coleção Leituras no Brasil)
RIBEIRO, A. E. Em busca do texto perfeito questões contemporâneas da edição, preparação e revisão textual. Divinópolis, MG: Artigo A, 2016.
RODRIGUES, D. L. D. I. Aspectos interacionais dos textos institucionais. Scripta, v. 14, n. 26, p. 151-162. 1º sem. 2010. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4357/4502. Acesso em: 12 jul. 2010.
SALGADO, L. S. Quem mexeu no meu texto? Questões contemporâneas de edição, preparação e revisão textual. Divinópolis, MG: Artigo A, 2017. 146 p.
SERRANO, F. P. Pesquisar no labirinto: a tese, um desafio possível. Tradução: Marcos Marcionilo. – São Paulo: Parábola Editorial, 2011. 160p.
YAMAZAKI, C. Edição de texto na produção editorial de livros: distinções e definições. [2009] 231f. Dissertação de Mestrado (Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo, SP, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Fólio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.