COMO NASCEM AS HISTÓRIAS
O EXCEDENTE DE VISÃO E A NARRATIVA COMO ATIVIDADE ESTÉTICA
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v14i1.10725Palabras clave:
Nascimento de histórias, Excedente de visão, Literatura, Experiência, Mia CoutoResumen
Na criação literária, autor, personagens e leitores ocupam distintas posições volitivo-emocionais. A literatura é um meio de sensibilização, humanização e criação de experiências que vão de encontro com o excesso de informação e velocidade das telas. Nesse sentido, questiona-se: como a narrativa literária se constitui uma atividade estética em sua relação com o mundo concreto? Tendo isso em vista, este artigo tem por objetivo analisar a constituição de um evento de criação da narrativa literária na relação dialética da experiência vivida como ato singular. A fundamentação teórica está alicerçada nas contribuições de Bakhtin e do Círculo de Bakhtin (2011) acerca da posição volitivo-emocional, empatia e excedente de visão; também na concepção da atividade estética do ato de narrar, concebido como ato ético, temas convergentes na obra bakhtiniana. O corpus de análise é constituído por um vídeo com uma entrevista com Mia Couto, escritor de Moçambique reconhecido mundialmente. No vídeo, o autor se ocupa da temática do nascimento de histórias. Assume-se, neste trabalho, um fazer exploratório, bibliográfico e documental, de abordagem qualitativa. Os resultados observados permitem afirmar que a constituição da narrativa literária cujo evento de criação, na análise apresentada, é descrito pelo ponto de vista do autor criador se dá a partir da tomada de posições volitivo-emocionais a cada momento da experiência vivida, sem, no entanto, se deixar levar unicamente por esta experiência, uma vez que é afetada pela objetivação da atividade estética. A narrativa literária, assim, em sua constituição estética marcada por posições volitivo-emocionais representa importante realização na aproximação do mundo culturalmente abstrato e do mundo concreto da vida.
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Citas
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