A escrita em gêneros digitais: motivações de erros ortográficos e do internetês em comentários da rede social Instagram

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/lnostra.v12i1.14680

Palavras-chave:

Fala, Escrita, Gêneros digitais, Erros ortográficos, Internetês

Resumo

Neste trabalho, partindo de uma reflexão feita em Meireles et al. (2018), temos o objetivo de analisar, em comentários postados em uma rede social, casos de erros ortográficos e internetês. Buscamos aqui responder a dois questionamentos: (i) Quais formas encontradas em gêneros digitais caracterizam-se, de um lado, como erros ortográficos e, do outro, como instâncias da linguagem do internetês? (ii) O que motiva a ocorrência desses erros ortográficos e do internetês nos gêneros digitais? Como fundamentação teórica, baseamo-nos em Bortoni-Ricardo (2005, 2006), Cagliari (2005), Freitag e Fonseca e Silva (2006), Komesu e Tenani (2009), Barbosa (2016) e Simão (2022), entre outros estudos. Do ponto de vista metodológico, a nossa pesquisa é descritiva e tem caráter qualitativo. Como corpus, utilizamos 14 textos pertencentes à esfera digital, retirados da rede social Instagram e produzidos no ano de 2023. Com a análise, mostramos uma distinção entre os erros ortográficos decorrentes da influência da fala na escrita e da arbitrariedade da escrita (Bortoni-Ricardo, 2005, 2006) e as formas linguísticas que remetem ao que tem sido chamado de internetês (Freitag; Fonseca e Silva, 2006; Komesu;Tenani, 2009). Nossos resultados apontam que: (i) nos textos digitais examinados, há uma maior variedade de erros ortográficos motivados pela transposição da oralidade para a escrita; (ii) quanto ao internetês, ocorrem mais casos de abreviação em virtude de algumas propriedades funcionais dos gêneros digitais.

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Biografia do Autor

Arielle da Silva Meireles, UNEB

É Graduada em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus XIV) (2023). Foi Bolsista do Programa Residência Pedagógica (2017-2018) e estagiária da Biblioteca da UNEB - Campus XIV (2019-2020). Atuou como Professora de Língua Portuguesa da Educação Básica na rede privada de ensino do município de Serrinha - Bahia (2014-2015). Atualmente, é artista plástica, tendo realizado ilustrações de três livros da área de Letras.

Cristina dos Santos Carvalho, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1992), graduação em Bacharelado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1993), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (1997) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2004).Concluiu Estágio Pós-Doutoral na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em janeiro de 2018. Atualmente, é Professora Plena da Universidade do Estado da Bahia e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL).É líder do Grupo de Pesquisa Usos e Contextos da Língua Portuguesa – GconPort (UNEB) Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística e Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: variação e mudança linguísticas, funcionalismo, sentenças complexas, gramaticalização e abordagem construcional da gramática.

Clécia da Silva Brandão, UNEB

É Graduada em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus XIV) (2021). É Graduanda em Pedagogia pela Unifahe - Faculdade de Administração, Humanas e Exatas. Foi Bolsista do Programa de Iniciação a Docência (PIBID) (2016), do Programa Residência Pedagógica (2017-2018) e do Programa de Iniciação Científica (2018-2019). Atuou como Professora de Língua Portuguesa da Educação Básica na rede privada de ensino (2021-2022). Atua como Professora Auxiliar de Educação Infantil na rede pública de ensino no município de Serrinha - Bahia.

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Publicado

2024-09-03

Como Citar

Meireles, A. da S., Carvalho, C. dos S., & Brandão, C. da S. (2024). A escrita em gêneros digitais: motivações de erros ortográficos e do internetês em comentários da rede social Instagram. Língu@ Nostr@, 12(1), 62-81. https://doi.org/10.22481/lnostra.v12i1.14680

Edição

Seção

Artigos - Dossiê