Meus(minhas) filhos(as) jamais serão pretos (as) de iaiá e nem de ioiô: Uma breve viagem através da maternidade das mães-pretas quilombolas que me confiaram suas meninas e meninos
DOI:
https://doi.org/10.29327/232521.8.1-10Palavras-chave:
mãe preta, criança-preta, quilombola, língua estrangeiraResumo
RESUMO: Esse texto tem como cerne, o sagrado: a subjetividade da mãe-preta quilombola e seus erês-crianças-filhas(os). Para tanto, essa escrita irá abordar questões em torno da maternidade da mulher negra e do fruto desse ventre que nunca está livre das violências e do cerceamento de existir enquanto criança negre. Por conseguinte, uma vez que irei falar da força do feminino dentro do território quilombola da comunidade do Engenho da Ponte (Cachoeira-Bahia), pretendo fazer um (re)corte entre a relevância da maternagem quilombola e o desejo de ter as potencialidades de suas crianças, sendo vistas e desenvolvidas a partir de ações de um projeto de extensão desenvolvido dentro desse espaço. A fim de tratar da importância de dar lugar a abundância dos corpos pretos de mães e filhas(os), escolhi os nomes de Ângela Figueiredo, Márica Jocilene Nascimento e Nêgo Bispo para me amparar, para marcar a autoria da minha gente preta. E, por fim, como o sagrado e o profano parecem andar juntos, é a experiência de apresentar uma língua estrangeira que ocupará o lugar da heresia nessa breve narrativa. No entanto, para que não prevaleça a heterodoxia de ensinar uma língua-signo colonial, proponho um ensino de língua estrangeira suleado a partir de um giro progressista decolonial, cujas teorias nos implica em propor uma agenda de luta e combate contra o epistemicídio ancestral e uma necropolítica aprovada por todos aqueles que não compreendem aquilombamento como um termo que se opõe a senzalas acadêmicas. PALAVRAS-CHAVE: mãe preta; criança-preta; quilombola; língua estrangeira
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