Colonização da América Latina: Construção da alteridade, Mito da Europa e a branquitude

Autores

  • Bárbara N. Honorato de Sousa Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.29327/232521.8.1-11

Palavras-chave:

Colonização, alteridade, branquitude, violência

Resumo

Resumo: O presente artigo abordará de forma breve o processo da colonização da América Latina pelos povos europeus colonizadores, sobretudo portugueses e espanhóis. Será exposto como o processo colonizatório criou e se retroalimentou do processo de alteridade que os europeus constituíram ao longo dos séculos, engendrando uma série de violências sob aqueles que irão considerar inferiores (não - brancos), dentro da perspectiva acerca do nascimento da modernidade que nasce na colonização da América Latina. Num segundo momento, na tentativa de achar alguns possíveis veios dessa sede de expansão de si e dos territórios que os europeus possuem, será exposto o mito da princesa Europa, mito o qual nomeará o continente. Esse mito foi contado ao longo dos séculos e possui interessantes aspectos para vislumbrarmos algumas das atitudes violentas cometidas pelos povos colonizadores, como por exemplo o sequestro de pessoas. Num terceiro momento com base nos dois tópicos anteriores será apresentado como a colonização da América Latina e o processo de alteridade demarcaram a branquitude e em como ela é não só fruto do processo, mas também causadora dele, pois o processo colonizatório advém de um dado lugar e de um determinado grupo de pessoas, os brancos. A pesquisa e o método de escrita desse artigo se deram por meio do método da cartografia, visando respeitar as especificidades do tema. Esse método pressupõe o caminhar sob o território de pesquisa sem se ter respostas pré-prontas, mas fazendo com que o devir aconteça. A escrita do artigo é também nessa perspectiva, o que pode fazer o leitor diferenciá-lo de artigos lidos em outros momentos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANÍBAL, Quijano et al. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino- americanas. Coleccion Sur Sur. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2005.

BENTO, M. A. S. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

DUSSEL, Enrique. 1492 (O Encobrimento do Outro- A Origem do Mito da Modernidade). Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1993.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Disponível: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acessado em: 30/09/20.

GOMES, Laurentino. Escravidão- Volume I- Do primeiro Leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

KOPENAWA. Davi; ALBERT. Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

KRENAK, Ailton. Ideias para Adiar o Fim do Mundo. São Paulo: Companhia das letras. 2020.

MOLINA, Alejandro. El mito de Europa em los textos literários clásicos. Acta Literária: Nº: 43, II sem, p. 95-109, 2011. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/262477032_El_mito_de_Europa_en_los_textos_literarios_clasicos. Acessado em: 30/09/20.

PARADISO, Silvio. Entre a cruz e a espada. A questão da conversão religiosa na literatura pós- colonial. Anais do SILEL. Volume 2, Número 2, p. 1-17. Uberlândia: EDUFU, 2011. Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2011_257.pdf. Acessado: 15/10/20.

SILVA, Priscila Elizabeth et al. O conceito de branquitude: Reflexões para o campo de estudo. In MULLER, T; CARDOSO, L. Branquitude- estudos sobre a identidade branca no Brasil. 1 ed. Curitiba: Appris, 2017.

Downloads

Publicado

2021-11-20

Como Citar

de Sousa, B. N. H. . (2021). Colonização da América Latina: Construção da alteridade, Mito da Europa e a branquitude. Língu@ Nostr@, 9(1), 196 - 213. https://doi.org/10.29327/232521.8.1-11