Leitura e análise crítica de memes em aulas de Língua Portuguesa sob mediação decolonial
DOI:
https://doi.org/10.22481/lnostra.v8i1.13150Palavras-chave:
Meme, aula de língua portuguesa, leitura, decolonialidadeResumo
Tendo em vista a familiaridade e adesão discente às múltiplas linguagens ofertadas pela tecnologia na contemporaneidade, neste artigo discutimos o gênero meme, a fim de acenar suas potencialidades e dinamicidades enquanto recurso didático de leitura e análise crítica (WALLACE, 1996, 2003) em aulas de língua portuguesa. Considerando sua esfera de produção e circulação em redes sociais, apontamos para a urgência de se estabelecer uma perspectiva decolonial a partir de suas ordens linguísticas e discursivas, de modo a inteligibilizar os significados produzidos socialmente e, em interação em sala de aula, confrontar as colonialidades ainda presentificadas na sociedade brasileira (WALSH, 2013). Valemo-nos, pois, da pesquisa qualitativa e documental, amparada pela metodologia de análise de conteúdo (MORAES, 1999), amalgamada às teorizações da Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001) e da Linguística Aplicada crítica, para aventar os sentidos socialmente depreendidos a partir da análise crítica de alguns memes. Destacamos que a mediação decolonial nesse processo, ao mobilizar modalidades linguísticas e interpretar discursivamente questões de gênero, raça e suas interseccionalidades, pode ser promissora a uma aprendizagem crítica e ética, aproximando conteúdo de realidade vivenciada e, com isso, d/enunciando relações desiguais de poder demarcadas por corpos historicamente circunscritos na opressão colonial brasileira. Para além da aprendizagem da língua em níveis de análise linguística, textual, discursiva e sociopragmática (BRASIL, 2006), o trabalho se torna proveitoso para o exercício reflexivo de cidadania por meio da linguagem.
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