A IDEOLOGIA DA DEMOCRACIA RACIAL EM CASA-GRANDE & SENZALA
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v10i02.9702Palavras-chave:
Ideologia, Democracia Racial, Linguagem, RacismoResumo
Este estudo propõe-se investigar como a ideologia da democracia racial, na obra Casa-Grande & Senzala, foi construída pautada em categorias como hibridismo, integração, miscigenação, linguagem e formação social. Para isso, foi preciso recorrer a um referencial teórico-metodológico fundamentado, dentre outros, em Florestan Fernandes (2007), Caio Prado Júnior (2011), Carlos Guilherme Mota (1978), Carboni & Maestri (2003), Gramsci (1999) e Dumont (1974). Trata-se, portanto, de um estudo sustentado numa dialética que tenta investigar a centralidade do culturalismo regionalista freyriano e a sua sociologia da vida social; uma fenomenologia dos sentimentos cotidianos. Podemos concluir, parcialmente, que Freyre procura sustentar uma narrativa cujo foco é uma democracia racial calcada num jogo de equilíbrio entre sujeitos em situações opostas, - senhor e escravizado -, que reduz a “diversidade” étnico-racial à unidade, elaborando uma linguagem comum em que as diferenças são um estado subjetivo e objetivo aberto e conciliável.
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