Pensando em raça na BNCC: uma análise marxista da colonialidade do saber no currículo de química no ensino médio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/reed.v4i11.14002

Palavras-chave:

anticolonialismo, BNCC, ensino de química

Resumo

Este trabalho pretendeu fazer uma análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino de Ciências, especificamente, o Ensino de Química, em amparos teóricos decoloniais, anticoloniais e marxistas para compreender de que maneira a categoria da raça é pautada no texto deste referido documento curricular. O materialismo histórico-dialético (MHD) foi utilizado como método de pesquisa, e como teoria fundamental na composição do trabalho em seu percurso. O trabalho foi realizado como uma pesquisa documental, tendo os trechos referentes aos direitos humanos e raça dentro da BNCC como corpus de análise textual, analisados à luz do diálogo com categorias como raça, classe e os aspectos históricos e sociais do documento. Assim, o empreendimento aqui elaborado obteve como principais produções: a realização de um levantamento bibliográfico do que se entende do momento histórico da produção da BNCC; a compreensão do documento curricular como uma política que permite a manutenção de uma disposição em que as condenadas e condenados da terra e da classe trabalhadora permaneçam em seus lugares de oprimidos; e a realização de críticas às impossibilidades de se pensar em um currículo para o Ensino de Química, dentro da BNCC, que realmente conduza os indivíduos da classe trabalhadora a uma verdadeira emancipação e superação de suas condições de oprimidas e oprimidos.

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Biografia do Autor

Alan Cerqueira, UFBA

Licenciado em Química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e cursando o Bacharelado em Química na mesma universidade. Ex-membro do Grupo de Pesquisas em Química de Superfícies, Coloides e Surfactantes, com bolsa de pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (2020-2022). Ex-integrante do do Programa de Residência Pedagógica UFBA (2022/2024) no Colégio Estadual Central da Bahia como professor estagiário de Química. Integrante do Laboratório de Catálise (LabCat) IQ-UFBA e bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq (2023-2024). Interessado em estudos na área de ensino de ciências, especificamente das relações étnico-raciais, marxismo e ensino de química, bem como também tenho me aproximado dos estudos do recente campo da filosofia da química.

 

Rafael Moreira Siqueira, UFBA

Possui graduação em Química - Licenciatura - pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009), Mestrado em Ciências, na área de Física e Química de Materiais na Universidade Federal de São João Del Rei, e Doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências na Universidade Federal da Bahia, com pesquisa sobre currículo e políticas curriculares para o Ensino Médio e a Química, sob orientação do Prof. Dr. Edilson Fortuna de Moradillo. É Professor Adjunto na Universidade Federal da Bahia (UFBA), da área de Ensino de Química, e professor efetivo no Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC), estando como Coordenador do PPGEFHC UFBA/UEFS no mandato 2022-2024. Já atuou como professor na UFRB, no qual atuou como Coordenador de Gestão do PIBID/UFRB e como vice-coordenador do Curso de Licenciatura de Química da UFRB. Membro do PEQUI - Grupo de Pesquisa, Extensão e Educação em Ensino de Química. Como principais áreas de pesquisa, situam-se: ensino de Química, currículo, pedagogia histórico-crítica, formação de professores de Ciências/Química, formação de conceitos, alfabetização e divulgação científica.

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Publicado

2023-12-22

Como Citar

Cerqueira, A., & Siqueira, R. M. (2023). Pensando em raça na BNCC: uma análise marxista da colonialidade do saber no currículo de química no ensino médio. Revista De Estudos Em Educação E Diversidade - REED, 4(11), 1-14. https://doi.org/10.22481/reed.v4i11.14002