Pensando em raça na BNCC: uma análise marxista da colonialidade do saber no currículo de química no ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.22481/reed.v4i11.14002Palavras-chave:
anticolonialismo, BNCC, ensino de químicaResumo
Este trabalho pretendeu fazer uma análise da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino de Ciências, especificamente, o Ensino de Química, em amparos teóricos decoloniais, anticoloniais e marxistas para compreender de que maneira a categoria da raça é pautada no texto deste referido documento curricular. O materialismo histórico-dialético (MHD) foi utilizado como método de pesquisa, e como teoria fundamental na composição do trabalho em seu percurso. O trabalho foi realizado como uma pesquisa documental, tendo os trechos referentes aos direitos humanos e raça dentro da BNCC como corpus de análise textual, analisados à luz do diálogo com categorias como raça, classe e os aspectos históricos e sociais do documento. Assim, o empreendimento aqui elaborado obteve como principais produções: a realização de um levantamento bibliográfico do que se entende do momento histórico da produção da BNCC; a compreensão do documento curricular como uma política que permite a manutenção de uma disposição em que as condenadas e condenados da terra e da classe trabalhadora permaneçam em seus lugares de oprimidos; e a realização de críticas às impossibilidades de se pensar em um currículo para o Ensino de Química, dentro da BNCC, que realmente conduza os indivíduos da classe trabalhadora a uma verdadeira emancipação e superação de suas condições de oprimidas e oprimidos.
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