EDUCAÇÃO CRÍTICA E IDEOLOGIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO: COLOCANDO OS PINGOS NOS ‘IS’
DOI:
https://doi.org/10.22481/reed.v2i5.8892Palavras-chave:
Educação Crítica, Ideologia na Educação, Dominação Escolar, Teoria Dialógica do Discurso, BourdieuResumo
Esse artigo discute o lugar do ideário ideológico nas salas de aula brasileiras. Para tanto, principiar-se-á a argumentação no posicionamento adversativo de duas frentes nocionais concernentes à questão: a primeira será a Educação Crítica, entendedora do fazer humano como ideológico, enquanto a segunda é a Ideologização da Educação, defensora da práxis educadora como neutra e neutralizadora. De antemão, clarifica-se essa discussão como fiduciária da Teoria Dialógica do Discurso, defensora das ações humanas como signos e desses como materialidade ideológica. Logo, assumindo essa corrente teórica, recorre-se, ainda, à Freire (2011) para abalizar o lugar da ideologia na experiência escolar, arguindo não só sua presença, mas seus efeitos, pois, o cerne da questão deve ser se a ideologia orientada às escolas promove inclusão e cidadania ou marginalização e violência. Portanto, consoante às epistemologias de Bakhtin (1990) e Volochinov (1988), sobre ideologia, e de Bourdieu (1989) e Saint Martin (2003), acerca da escola, pretende-se desvelar a falácia do Paradigma da Neutralidade e seus nefastos efeitos à formação escolar. Em contrapartida, advogar-se-á uma práxis formativo-crítica e vocacionada à construção coletiva de um estatuto societário cidadão, em oposição às vivências escolares impositivas de modelos normativos obedientes a status quo ratificador de perversas assimetrias sociais.
Downloads
Referências
BAKHTIN, M. Questões de Literatura e Estética. São Paulo: Hucitec: 1990.
BOURDIEU, P. La distinction, Paris: Minuit, 1979.
BOURDIEU, P. La Noblesse d 'état, Paris: Minuit, 1980.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
FARACO, C. A. Linguagem & Diálogo: as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar Edições, 2003.
FARACO, C. A. Linguagem e diálogo: as idéias linguísticas do círculo de Bakhtin. 2. ed. Curitiba: Criar, 2006.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2011.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. 4. ed. São Paulo: Moraes, 1980.
HENRIQUES, E. Se língua é poder, ensinar língua consiste em quê?. In.: MONTENEGRO, R. K. A. Educação: possibilidades e caminho. Campo Grande: Editora Inovar, 2019. 513p.
NARZETTI, C. A filosofia da linguagem de V. Voloshinov e o conceito de ideologia. Alfa, São Paulo, v. 57, n. 2. p. 367-388, 2013. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4646. Acesso em: 04 abr. 2021.
PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da Argumentação – A Nova Retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
SAINT MARTIN, M. Dominação Social, Dominação Escolar. Educação e Realidade. v. 28, n. 1. p. 21-29. jan/jun. 2003. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/25659. Acesso em: 04 abr. 2021.
VOLOSHINOV, V. [BAKHTIN, M.]. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi. São Paulo: HUCITEC, 1979.
VOLOCHINOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem 4 ed. Tradução por Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1988.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista de Estudos em Educação e Diversidade - REED
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você é livre para:
Compartilhar - copia e redistribui o material em qualquer meio ou formato; Adapte - remixe, transforme e construa a partir do material para qualquer propósito, mesmo comercialmente. Esta licença é aceitável para Obras Culturais Livres. O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - você deve dar o crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se alguma alteração foi feita. Você pode fazer isso de qualquer maneira razoável, mas não de uma forma que sugira que você ou seu uso seja aprovado pelo licenciante.
Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outros para fazer qualquer uso permitido pela licença.