APFELSTRUDEL, 80 CAMADAS DA MAIS FINA MASSA FOLHEADA DE MÚLTIPLOS EUS: UMA HOMENAGEM A CLAUDIO WILLER
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8564Palavras-chave:
Claudio Willer; Poesia; Surrealismo no Brasil; Trajetória poética/teórico críticaResumo
O presente ensaio é uma homenagem ao poeta, ensaísta e tradutor paulistano Claudio Willer que, em dezembro de 2020, completou 80 anos. Por meio de um diálogo entre seus textos em prosa, alguns poemas e sua fortuna crítica, far-se-á um exame de sua trajetória, iniciada em meados da década de 1960. De matriz surrealista, sua atuação se dá, sobretudo, numa atitude que entrelaça sua produção com um modo de vida que, por sua vez, se desdobra nessa produção. O poeta absorve, em sua prática, uma concepção da literatura livre do cerceamento da razão e aberto à contemplação do caráter enigmático e mágico do universo. Nessa perspectiva, traduziu obras de autores importantes para os fundamentos do Surrealismo e da literatura beat. Partindo das considerações de Leila Perrone-Moisés, é possível compreender as múltiplas atuações de Willer, seu jogo profuso de Eus, poeta, tradutor e crítico teórico, com os mais diversos interlocutores, como componentes de um escopo necessário à vitalidade dos pressupostos surrealistas na atividade artística e literária do país. O entrecruzamento de suas ações sinaliza também a própria tessitura da intertextualidade de sua poesia, seu recurso mais radical. Afinal, antiaristotélico pelo avesso, a palavra poética é, para Willer, agente mágico que produz realidade.
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