O ÓCIO E O DEVER: DISCURSOS SOBRE O TRABALHO EM O CORUJA, DE ALUÍSIO AZEVEDO, COMO EXEMPLO DE ROMANCE PSICOLÓGICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8696

Palavras-chave:

O coruja, Trabalho, Romance psicológico, Bakhtin.

Resumo

O coruja (1890), de Aluísio Azevedo, aborda a representação do trabalho docente e do ócio, por meio de duas personagens principais que os representam, respectivamente, André  e Teobaldo, cujas diferentes trajetórias tornam-se patentes, ao longo da referida obra, através do diálogo; devido à grande importância deste instrumento e compreendendo-o dentro de uma realidade histórica, este artigo, adotando o conceito do romance psicológico, de Bakhtin, analisa como o narrador azevediano problematiza a questão servil em nosso país e como se encontra diretamente relacionada ao aspecto sócio-econômico, durante a transição secular em voga. Para isso, o estudo contempla tanto as considerações apresentadas pela Crítica Literária como pela Linguística. A categoria de romance psicológico, empregada por Bakhtin, corrobora para refletir as questões sociais por mostrar que aqueles que, de alguma forma, encontram-se à margem da sociedade, assim o permanecem, uma vez que não conseguem se adequar à lógica capitalista.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Rodrigues de Oliveira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO); Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutoranda em Ensino de Língua e Literatura pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Mestre em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO).

Ângela Francine Fuza, Universidade Federal do Tocantins - campus Porto Nacional

Doutora em Linguística Aplicada, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Relizou estágio de pós-doutoramento em Linguística, pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e em Letras, pela Universidade Estadual de Maringá. Professora Adjunta da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLetras/Porto Nacional) e do Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura (PPGL/Araguaina).

Lívia Chaves de Melo, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutora em Letras: Ensino de Língua e Literatura pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Câmpus de Porto Nacional.

Referências

AZEVEDO, Aluísio. O coruja. 7. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet CIA Editores, 1947.

BAKHTIN, Mikhail (1952-1953). Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BAKHTIN, Mikhail (1953). Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 5ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

BAKHTIN, Mikhail (VOLOCHINOV). (1929). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 10 ed. São Paulo: Hucitec, 2002.

ELICHIRIGOITY, Maria Teresinha Py. A formação do sentido e da identidade na visão bakhtiniana. In: Cadernos de Letras da UFF - Dossiê: Literatura, língua e identidade. Niterói, n. 34, p. 181-206, 2008.

FANINI, Angela Maria Rubel. Os romances folhetim de Aluísio Azevedo: aventuras periféricas. 2003. 340 f. Tese (Doutorado em Teoria Literária) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Editora Ática, 2011

GUIMARÃES, Fernanda Taís Brignol; SOBRAL, Adail Ubirajara. O romance polifônico de Dostoiévski: questões de linguagem, dialogismo e gênero. In: Eutomia. Recife, 21 (1), p. 185-197, jul. 2018

MACIEL, Lucas Vinício de Carvalho. Nas sendas de Bakhtin: dialogismo no microdiálogo, no diálogo composicionalmente expresso e no grande diálogo. In: XVII Congresso Internacional Asociación de Lingüística y Filología de América Latina, 2014, João Pessoa, PB. Anais da ALFAL, 2014. João Pessoa, PB: Editora Ideia, 2014b.

MACIEL, Lucas Vinício de Carvalho. Relações dialógicas em narrativas. 2014a. 338 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2014.

MARCHEZAN, Renata Coelho. Diálogo. In: BRAIT, Beth (Org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. 2ª edição. São Paulo: Editora Contexto, 2018. p. 115-131.

MOISÉS, Massaud. Realismo (1881-1902). In: MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira, volume II: do Realismo à Belle Époque. 3ª edição. São Paulo: Cultrix, 2016.

OLIVEIRA LIMA, Manuel de. Escritores brasileiros contemporâneos: Aluísio Azevedo. In: LEVIN, Orna Messer (Org.). Aluísio Azevedo: ficção completa, volume 1. São Paulo: Editora Nova Aguilar, 2018. p. 94-100.

PRADO, Antonio Arnoni. Aluísio Azevedo e a crítica. In: PRADO, Antonio Arnoni. Cenário com retratos: esboços e perfis. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 64.

SCHWARZ, Roberto. As ideias fora do lugar. In: SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2003.

SODRÉ, Nelson Werneck. O Naturalismo no Brasil. In: SODRÉ, Nelson Werneck. O Naturalismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965.

Downloads

Publicado

2021-07-31

Como Citar

Oliveira, M. R. de, Fuza, Ângela F., & Melo, L. C. de. (2021). O ÓCIO E O DEVER: DISCURSOS SOBRE O TRABALHO EM O CORUJA, DE ALUÍSIO AZEVEDO, COMO EXEMPLO DE ROMANCE PSICOLÓGICO. fólio - Revista De Letras, 13(1). https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8696

Edição

Seção

VERTENTES & INTERFACES I: Estudos Literários e Comparados