O ÓCIO E O DEVER: DISCURSOS SOBRE O TRABALHO EM O CORUJA, DE ALUÍSIO AZEVEDO, COMO EXEMPLO DE ROMANCE PSICOLÓGICO
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8696Palabras clave:
O coruja, Trabalho, Romance psicológico, Bakhtin.Resumen
O coruja (1890), de Aluísio Azevedo, aborda a representação do trabalho docente e do ócio, por meio de duas personagens principais que os representam, respectivamente, André e Teobaldo, cujas diferentes trajetórias tornam-se patentes, ao longo da referida obra, através do diálogo; devido à grande importância deste instrumento e compreendendo-o dentro de uma realidade histórica, este artigo, adotando o conceito do romance psicológico, de Bakhtin, analisa como o narrador azevediano problematiza a questão servil em nosso país e como se encontra diretamente relacionada ao aspecto sócio-econômico, durante a transição secular em voga. Para isso, o estudo contempla tanto as considerações apresentadas pela Crítica Literária como pela Linguística. A categoria de romance psicológico, empregada por Bakhtin, corrobora para refletir as questões sociais por mostrar que aqueles que, de alguma forma, encontram-se à margem da sociedade, assim o permanecem, uma vez que não conseguem se adequar à lógica capitalista.
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