MODALIZAÇÃO COMO RECURSO ENUNCIATIVO: A MARCA DA SUBJETIVIDADE EM TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8364Palavras-chave:
Modalização, Marca enunciativa, Subjetividade, Texto dissertativo-argumentativoResumo
Considerando que o recurso da modalização se configura como uma estratégia do sujeito manobrar o texto de acordo com seus interesses, neste artigo, procurou-se analisar sob o viés da Linguística Enunciativa e Textual, o uso dos modalizadores epistêmicos e deônticos em texto dissertativo-argumentativo. No que se refere à fundamentação teórica, recorreu-se as conceitualizações de Authier-Revuz (2004) e Ducrot (1987) e ainda, aos trabalhos de Coracini (1991), Corbari (2016), Nascimento (2010) e Pinto (1994). Como corpus de análise, utilizamo-nos de uma redação nota mil do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) do ano de 2018. Sobre a abordagem aqui considerada, valemo-nos de pesquisa qualitativa caráter descritivo- interpretativista, pautada na revisão bibliográfica consultada. Como resultado da análise, verificamos a presença das marcas enunciativa de modalização deôntica e epistêmica, ambas remetendo para a construção subjetiva de quem enuncia por meio da argumentação, o que nos permitiu verificar que o uso da modalização como marca enunciativa revela, no texto dissertativo-argumentativo, a atitude do enunciador de chamar atenção, ressaltar argumentos, avaliar informações, ou seja, seu posicionamento.
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