A PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS SEM TERRINHA NA LUTA PELA TERRA E REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v12i01.12592Palavras-chave:
Infância Sem Terrinha, Reforma Agrária, ParticipaçãoResumo
RESUMO
Este artigo resulta das experiências educativas com as crianças Sem Terrinha do MST e tem como objetivo socializar o processo de construção da concepção de infância na luta pela terra no Brasil, vinculada ao Projeto de Reforma Agrária Popular. Esse processo se fortalece na luta da agricultura camponesa e familiar, em que as crianças também constroem o seu lugar de existência e de experiências. Na dureza e luta das crianças da classe trabalhadora, que teimosamente gritam para o rompimento das estruturas impostas pelo poder hegemônico, a infância Sem Terrinha se reinventa socialmente para continuar existindo enquanto criança e resistindo com seus familiares na construção coletiva do seu lugar enquanto sujeito da história. Nossas considerações sobre essa experiência evidenciam que o processo educativo da luta pela terra e o projeto de reforma agrária no MST permitem que as crianças do campo reinventem sua infância mesmo em tempos de pandemia, por meio da atenção, dos cuidados e da organização em contexto remoto, garantindo o lugar de participação política das crianças no MST.
Palavra-chave – Infância Sem Terrinha - Reforma Agrária – Participação
Downloads
Referências
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Editora 34, São Paulo, 2009
_____. Magia e Técnica, Arte e Política. Ensaios sobre a literatura e história da cultura. Ed. Brasiliense. São Paulo, 2012.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. História do menino que lia o mundo. Ed. Expressão Popular, São Paulo, 2014.
CONCRAB. O que levar em conta para a organização do assentamento. A discussão no acampamento. São Paulo, 2001.
DESMURGET, Michel. A fábrica de cretinos digitais. Os perigos das telas para nossas crianças. Ed. Vestígio, São Paulo, 2021.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar. A escola do mundo ao avesso. L&PM POCKKET, Porto Alegre, 2018.
JST – Jornal das Crianças Sem Terrinha, Manifesto das Crianças Sem Terrinha, Brasília, 2018.
MANCEBO, Deise. Contemporaneidade e efeitos de subjetivação. In: BOCK. (org.) Psicologia compromisso social. Ed. Cortez 2003
MOVIMENTO SEM TERRA. Educação Infantil. Movimento da vida, dança do aprender. Caderno de Educação n°12. 2004.
____. Despejo no acampamento Quilombo Campo Grande (MG) acende alerta durante a pandemia. Disponível em: Despejo no acampamento Quilombo Campo Grande (MG) acende alerta durante a pandemia - MST, 2020.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da Infância. Tradução: Suzana Menescal de A. Carvalho e José Laurenio de Melho. Ed. Grafhia. Rio de janeiro, 2012
RAMOS, Márcia Mara. Infância do campo: uma análise do papel educativo da luta pela terra e suas implicações na formação das crianças Sem Terrinha do MST. (Tese em educação) UERJ/RJ, 2021.
REDONDO, Patrícia. Infancia(s) latinoamericana(s), uma deuda interna, um debate pendiente. In. MULLER, Verônica Regina. Crianças na América Latina: Histórias Culturas e Direitos. Ed. CRV. Curitiba/PR, 2015.
ROSSETTO, Edna Rodrigues Araújo. SILVA, Flavia Tereza. Ciranda Infantil. In Roseli; PEREIRA, Isabel; ALENTEJANO, Paulo & FRIGOTTO, Gaudêncio (orgs). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
SANTOS, José Vicente Tavares do. Violências, América Latina: a disseminação de formas de violência e os estudos sobre conflitualidade. Dossiê, Sociologia, Porto Alegre, 2012, ano 4, n° 8, Jul/dez 2002, p. 16-31.
TATEMOTO, Rafael. Crianças do MST entregam manifesto ao Ministério da Educação. Disponível em: Crianças do MST entregam manifesto ao Ministério da | Direitos Humanos (brasildefato.com.br Brasil e Fato, 2020.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. MST nossa marcha, nossa casa, nossa vida Alagoas. Ed. edUFAL, Maceió, 2011.
ZIBECHI, Raúl. Movimento sociais na América Latina. O “mundo outro” em movimento. Consequência, Rio de Janeiro, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Binacional Brasil-Argentina: Diálogo entre as ciências
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.