Políticas curriculares da educação do campo: uma análise a partir das teorias da educação

Resumo

Este estudo analisa a conexão entre as Teorias da Educação e as políticas curriculares da Educação do Campo, adotando o Materialismo Histórico-Dialético como base metodológica em uma pesquisa qualitativa. A análise fundamenta-se em autores como Marx, Engels, Hegel, Gramsci e Bernard Charlot, que oferecem uma perspectiva crítica sobre o currículo escolar. A pesquisa destaca a necessidade de uma educação que respeite as especificidades socioculturais e econômicas dos camponeses, promovendo a transformação social.  As abordagens pedagógicas — Pedagogia Tradicional, Libertadora, Tecnicista, Crítico-social, Histórico-crítica, Escola Nova e Construtivismo — refletem a complexidade do campo educacional e oferecem diferentes perspectivas para o ensino e a aprendizagem. Fundamentada no pensamento de Marx e Engels, a Educação do Campo é apresentada como ferramenta de conscientização crítica, enfrentando desigualdades estruturais e promovendo a compreensão das condições materiais de vida e da luta de classes.  Hegel contribui ao defender que a educação deve ser um processo dialético, possibilitando a formação de uma nova subjetividade nos sujeitos do campo. Gramsci enfatiza o papel dos intelectuais orgânicos, oriundos das classes populares, na organização e conscientização das comunidades, valorizando suas experiências. Bernard Charlot ressalta a importância de um currículo que dialogue com as vivências e aspirações dos estudantes, gerando aprendizagens significativas.  Nesse sentido, as políticas curriculares da Educação do Campo devem integrar essas teorias, promovendo uma educação emancipadora que valorize os saberes e práticas das populações do campo, contribuindo para sua emancipação social e econômica.