A construção de um complexo posicionar-se e o fazer etnográfico na Diáspora Africana: o caso dos estudantes angolanos de Lins-SP
DOI:
https://doi.org/10.22481/sertanias.v1i1.8271Palabras clave:
Diáspora Africana, Diferença, Etnia, Linguagem, RaçaResumen
Entre os anos de 2004 a 2015 a cidade de Lins –SP recebeu, proporcionalmente, o maior fluxo de estudantes africanos do interior paulista. Lá residiram e estudaram cerca de 140 estudantes provenientes dos Países de Língua Oficial Portuguesa (Palop): Angola, Cabo Verde, São Tomé & Príncipe, Moçambique e Guine Bissau. No entanto, são preponderantes os jovens provenientes de Angola, cerca de 120, sendo, os únicos que se enunciam enquanto comunidade angolana. Ao enunciar esse discurso, os estudantes angolanos agenciam e negociam um conjunto de representações, afirmam diferenças e promovem processos de identificação. Observa-se, assim, a emergência de um posicionamento de caráter étnico protagonizado pelos estudantes expressão da atribuição adscrita da negrura, histórica e cotidianamente aos povos de origem africana em sua experiência coletiva. Os estudantes em sua experiência coletiva no Brasil passam por um processo de racialização e em reação a essa negação, produzem, por meio de um processo de etnicização, um posicionamento ético e político que, por sua vez, articula de forma interseccionada ambas as clivagens, raça e etnia. Isto é, tão importante quanto à intersecção e articulação de ambas as clivagens é explorar o processo, o “como” os estudantes realizam esse agenciamento e negociação.
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