UMA ANÁLISE SOBRE O FILME "A HORA DA ESTRELA", DE SUZANA AMARAL E OBRA HOMÔNIMA DE CLARICE LISPECTOR
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v14i1.10255Palavras-chave:
Cinema, Clarice Lispector, Literatura, Suzana AmaralResumo
O presente trabalho visa analisar quais são os elementos que fazem convergir a obra A hora da estrela, de Clarice Lispector (1920-1977), com o filme “A hora da estrela”, de Suzana Amaral (1930-2020). Tendo isso em vista, parte-se da noção de que Rodrigo S.M., narrador da obra, se coloca na narrativa como o outro, e Macabéa, a personagem de quem ele fala, é o eu. Ambos são elementos da autoconsciência, isto é, a maneira pela qual Macabéa se relaciona com o mundo. Assim, há uma transposição da obra A hora da estrela para o filme “A hora da estrela”, em que a interpretação se torna o elemento mediador. Enquanto na obra interpreta-se pela palavra, no filme a interpretação ocorre através do olhar da cineasta, seguido da câmera e dos atores. No longa-metragem é possível perceber a invenção de situações cinematográficas que, em algumas sequências fílmicas não correspondem à obra em seu formato literário, mas que conseguem traduzir a intenção de Rodrigo S.M. Assim, conclui-se que na obra a protagonista se relaciona com o mundo através da mediação do narrador Rodrigo S.M., e na sequência cinematográfica o posicionamento da câmera reforça a noção de que a personagem é atravessada pelo outro, reconhecendo a si mesma por meio deste.
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Referências
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