O CPC da UNE e o debate sobre educação e cultura popular no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v10i01.8793Palavras-chave:
Educação, Cultura, Transformação socialResumo
Este artigo tem por objetivo apresentar uma discussão acerca das concepções de educação e cultura popular no Brasil, enraizadas pelo Centro Popular de Cultura (CPC) entre os anos 1961-1964. Foram identificados, pelo menos, três concepções como resultado das interlocuções entre diferentes grupos e classes sociais que tinham por finalidade o desenvolvimento nacional: a concepção nacional-popular, a concepção de arte revolucionária e a concepção de educação e cultura de forma desinteressada. Estas concepções coexistiram, ora convergentes ora conflituosas, mas propuseram, enquanto ponto em comum, uma educação e cultura de modo a contribuir com a transformação social. A metodologia se baseou na historiográfica e bibliográfica. Para esta discussão foram basilares o acesso aos textos do Jornal Novos Rumos e da Revista Estudos Sociais, publicados na primeira metade dos anos 1960. E também algumas produções de autores contemporâneos que pesquisaram o CPC bem como a educação e cultura popular. A escolha dos referenciais se deu de acordo com o debate aqui proposto no contexto histórico em questão.
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