Escola sem partido: representações da neutralidade política e ideológica no trabalho docente

Autores

  • Karina Mendonça Miranda
  • Andreia Cristina Freitas Barreto UNEB/UFBA

DOI:

https://doi.org/10.22481/riduesb.v6i2.9038

Palavras-chave:

Escola sem partido, Neutralidade política e ideológica, Trabalho docente

Resumo

Esse artigo propõe investigar o entendimento de neutralidade política e ideológica, elaborada pela organização Escola Sem Partido, no trabalho docente. Portanto, buscamos reunir dados com o propósito de responder ao seguinte problema de pesquisa: Como a representação de neutralidade política e ideológica, configurada pela organização Escola Sem Partido, afeta o trabalho docente? Desta forma, essa pesquisa de caráter bibliográfico e documental, sob enfoque qualitativo (GIL, 2008), nos permitiu observar documentos de domínio público e estudos no âmbito nacional sobre o tema em questão, também aqueles que materializam o Escola Sem Partido. Apoiamo-nos nos conhecimentos advindos dos seguintes autores: Azevedo e Santos (2019); Algebaile (2017); Freire (1996 e 2019); Frigotto (2017 e 2019); Miguel (2016); Penna (2016 e 2017); Silveira (2019) entre outros, que nos possibilitou entender sobre as pretensões do fenômeno Escola Sem Partido. Conforme os estudos propostos, a organização Escola Sem Partido se pautou no ultraconservadorismo da burguesia de extrema direita organizada na hierarquia do paternalismo. Buscou reprimir a função do professor e suprimir o direito do aluno em se tornar um cidadão crítico, reflexivo e autônomo. Portanto, caracteriza-se na posição de um projeto doutrinador com a premissa de desmanche e criminalização do trabalho docente.

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Publicado

2021-12-22

Como Citar

Miranda, K. M., & Barreto, A. C. F. (2021). Escola sem partido: representações da neutralidade política e ideológica no trabalho docente. Revista De Iniciação à Docência, 6(2), 299-318. https://doi.org/10.22481/riduesb.v6i2.9038