Currículo e poder: reflexões sobre os encontros de formação para a Educação do Campo no município de Campina Grande-PB
DOI:
https://doi.org/10.22481/sertanias.v4i1.12540Palavras-chave:
Currículo, Educação do campo., Relações de poder.Resumo
Esse artigo consiste em um exercício de reflexão, a partir de uma agenda de formação para educadores de escolas do campo, que buscou analisar as relações de poder que se expressam pela dimensão da formação com os educadores no município de Campina Grande-PB. A pesquisa adotou a abordagem qualitativa, e técnicas de pesquisa como, o diálogo com a bibliografia e registros de observação direta, realizadas durante o exercício da pesquisa para feitura da tese de doutorado que está em andamento. Assim, apresentamos uma descrição dos encontros de formação promovidos pela Secretaria de Educação (SEDUC) de Campina Grande no ano de 2022 para os educadores de escolas do campo refletindo as relações de poder que se expressam pela dimensão do currículo. Nesse artigo trazemos um recorte desses encontros de formação pensando a partir do debate do currículo como poder (SILVA, 2005), dos processos de hierarquia e dominação simbólica (BOURDIEU, 1997) que podem se expressar nas práticas de formação docente, no desafio da construção da interculturalidade crítica (FREIRE, 1987) e do diálogo cultural (MARTINS, 2005) necessários a um currículo que acolhe crenças, ideias, imagens, modos de significação, símbolos e conhecimentos diversos. Ao final, apontamos elementos de regularidade nos encontros formativos que sinalizam para uma tendência monoculturalista de padronização curricular, destacando o foco na exposição e caráter instrumental a partir de oficinas, o estudo e exposição de um modelo como referência a ser seguida, a invisibilidade dos atores envolvidos no processo educativo e os termos novos para práticas já conhecidas que reforçam relações de poder e a posição hierárquica do currículo no cenário analisado.
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