Um olhar etnográfico sobre o currículo

Autores

  • Jesus Maria Sousa

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxis.v13i25.952

Palavras-chave:

Etnografia da educação, Estudos curriculares, Profissionalidade docente

Resumo

Tendo em conta a evolução das perspectivas teóricas de Currículo, bem distantes da visão simplista e pressupostamente científica corporizada na Didática, enquanto “ciência” do ensino, que caracterizou os primeiros anos deste campo, este artigo visa refletir sobre a etnografia como metodologia de investigação curricular. De facto, se as leituras críticas e pós-críticas do Currículo tiveram o condão de nos alertar para um outro mundo (subterrâneo), onde se cruzam relações de poder na sua construção, uma prática curricular consciente consequente exige um olhar etnográfico, atento, implicado, sem pré-conceitos, que permita a compreensão da realidade social, cultural, histórica, política e antropológica dos sujeitos envolvidos na escolarização, do ponto de vista deles próprios. Esse olhar etnográfico permitirá aceder a todo um manancial de “conhecimento profano” dos sujeitos vulgares que povoam o mundo da escola, sem que seja considerado menor ou ilegítimo, na construção das suas identidades.

Tal exige a imersão no terreno, o conhecer a cultura como se fosse um nativo. Porque, uma coisa é olhar para o Currículo como proposta político-pedagógica que explicita intenções, sendo por isso necessária uma abordagem macro que passa pela análise da política educativa; outra coisa é olhar para o Currículo, numa abordagem micro, mergulhados no mundo real dos alunos enquanto sujeitos fenomenológicos, com a sua história, o seu background e as suas referências culturais. É neste ponto de abordagem micro, do Currículo enquanto prática de construção social de identidades, que em meu entender a etnografia deve intervir na educação e investigação curricular.

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Publicado

2017-04-20

Como Citar

SOUSA, J. M. Um olhar etnográfico sobre o currículo. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 13, n. 25, p. 18-35, 2017. DOI: 10.22481/praxis.v13i25.952. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/952. Acesso em: 26 abr. 2024.