A ELABORAÇÃO DO TRAUMA E A LUTA CONTRA O ESQUECIMENTO EM "AINDA ESTOU AQUI", DE MARCELO RUBENS PAIVA

Autores/as

Palabras clave:

Literatura; Memória; Ditadura; Marcelo Rubens Paiva.

Resumen

O presente artigo analisa o romance Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015. A partir dos estudos de Figueiredo (2017), Freud (2013), Ginzburg (2010), Halbwachs (1990) e Kehl (2010), investigamos de que forma a memória é a força motriz do romance, visto que há não só as lembranças do passado da família Paiva, mas também uma recuperação da História recente do país, por meio dos traumas, deixados pelo regime civil militar brasileiro. O fio condutor da narrativa é tanto as memórias de Marcelo quanto as informações descobertas durante os anos de busca pelo reconhecimento da morte do pai, de modo que o desaparecimento de Rubens Paiva tem consequências graves na vida da família. Igualmente, há a procura de superar a perda do patriarca. A conclusão disso é clara: a ditadura não foi contra os Paiva, foi contra o país.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Daniel Conte, Universidade Feevale

Doutor em Literatura Brasileira, Portuguesa e Luso-africana pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Professor Adjunto da Universidade Feevale.

Demétrio Alves Paz, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Doutor em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Puc-RS). Professor Associado 2 da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Cerro Largo-RS. Realizou estágio de Pós-Doutorado em Letras na UFRGS.

Mithiele da Silva Scarton, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS)

Mestranda em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Citas

ALVES, C. da S. A história (não) acabou: Algumas notas sobre Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva. In: GOMES, Gínia Maria (org.). Narrativas brasileiras contemporâneas: memórias da repressão. Porto Alegre: Polifonia, 2020.

JABUTI 2016: “Ainda estou aqui”. In: BLOG da companhia. São Paulo, 28 nov. 2016. Disponível em: https://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/Jabuti-2016-Ainda-estou-aqui. Acesso em 30 abr. 2021.

CURY, M. Z. Escritas do corpo ausente. In: WALTY, I. L. C.; MOREIRA, T. T. (Orgs.). Violência e escrita literária. Belo Horizonte: PUC Minas, 2020

FIGUEIREDO, E. A literatura como arquivo da ditadura brasileira. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2017.

FREUD, S. Luto e melancolia. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

GAGNEBIN, J. M. O preço de uma reconciliação extorquida. In: TELES, E.; SAFLATE, V. (org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

GAGNEBIN, J. M. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.

GINZBURG, J. Escritas da Tortura. In: TELES, E.; SAFLATE, V. (org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

GOMES, G. M. O romance brasileiro contemporâneo: as ruínas de um passado traumático. In: GOMES, G. M (org.). Narrativas brasileiras contemporâneas: memórias da repressão. Porto Alegre: Polifonia, 2020

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.

KEHL, M. R. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFLATE, Vladimir (org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

OLIVEIRA, R. P.; THOMAZ, P. C. T. Literatura e ditadura. Porto Alegre: Zouk, 2020.

PAIVA, M. R. Ainda estou aqui. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

SAFATLE, V. Do uso da violência contra o estado ilegal. In: TELES, E.; SAFLATE, V. (org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

Publicado

2022-08-26

Cómo citar

Conte, D., Alves Paz, D., & da Silva Scarton, M. . (2022). A ELABORAÇÃO DO TRAUMA E A LUTA CONTRA O ESQUECIMENTO EM "AINDA ESTOU AQUI", DE MARCELO RUBENS PAIVA. fólio - Revista De Letras, 14(1). Recuperado a partir de https://periodicos2.uesb.br/index.php/folio/article/view/10396