Uma revisão da atuação das Agências Internacionais na educação brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/poligs.v3i2.11300

Palavras-chave:

Educação brasileira, Neoliberalismo, Política educacional

Resumo

O estudo apresenta uma discussão sobre a influência de quatro organismos internacionais no cenário educacional mundial e, mais especificamente, para a educação brasileira. Foi resultado de uma pesquisa dirigida pelo grupo “Política e Fundamentos da Educação” e trata de uma revisão crítica de literatura realizada nas bases de dados Biblioteca Digital Brasileira de Teses de Dissertação, SciELO e Portal de Periódicos da CAPES. Contempla-se que, historicamente, a educação brasileira tem recebido influência de prescrições educacionais internacionais que veiculam princípios formativos ressignificados sob a ótica de uma pedagogia favorável ao neoliberalismo. Nesse cenário, desde 1930, a política educacional brasileira tem se voltado para reformas que associam três princípios mercadológicos – a saber: eficiência, eficácia e produtividade – a documentos balizadores de sua conjuntura, tal qual a Base Nacional Comum Curricular. Consequentemente, debate-se uma subordinação da educação às necessidades momentâneas e transeuntes do sistema capitalista que, ao perpassar por momentos de crise ou de remodelações internas, incumbe setores e países em reformas estruturais e fundamentais a fim de se sustentar. À educação, os séculos XX e XXI reservaram mudanças significativas que cambiaram sua perspectiva em direção à aprendizagem flexível e à qualidade educacional respaldada por avaliações em larga escala, evadindo princípios constitucionais primordiais no caso brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Samuel Mendonça, PUC-Campinas

Professor Permanente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado e Doutorado, linha de pesquisa Políticas Públicas em Educação, líder do grupo de pesquisa Política e Fundamentos da Educação (CNPq/PUC Campinas), da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Membro Titular do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (2019-2022). Bolsista Produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Realizou estágio pós-doutoral pelo Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação da FE-USP, sob a supervisão do Prof. Dr. Romualdo Luiz Portela de Oliveira. Atuou como Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC Campinas no ano de 2019. É o Presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia da Educação (2018-2022), membro da Comissão de Avaliação da área de Educação da CAPES (2019/2020). Avaliador do PNLD - Objeto 1 2020 e Objeto 2 2021. Editor Assistente da Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano Revista da Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região, Editor Assistente da Revista Educação da PUC Campinas. Participante de diversas sociedades internacionais: North American Nietzsche Society, PES - Philosophy of Education Society, INPE - International Network of Philosophers of Education, ALFE - Asociación Latinoamericana de Filosofía de la Educación. Atuou como Visiting Scholar na Shanghai Jiao Ton University, China, em 2014, com financiamento do Santander Universidades, Programa Top China. Desenvolveu atividades como Professor Visitante na PUC Peru, em 2013 e em 2018, com financiamento da PUC Peru. Desenvolveu atividades como Professor Visitante Universidade da República, Udelar, Uruguai, em 2012 com financiamento da CAPES. Foi professor de Filosofia na Educação Básica, Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, nas redes pública e privada, por 5 anos. Doutor em Filosofia da Educação pela Unicamp, Mestre (área de Ética), Licenciado e Bacharel em Filosofia pela PUC Campinas. Foi Presidente da Associação Latino-americana de Filosofia da Educação (ALFE - 2011-2013 e 2013-2015). Foi Secretário da Sociedade Brasileira de Filosofia da Educação (2016-2018). Foi Vice-Coordenador do Forpred Nacional (ANPEd - 2014-2015). Foi Coordenador do Forpred Sudeste (ANPEd - 2013-2014). Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC Campinas em 2 mandatos, de 2010 a 2018. Foi Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão do Cento de Ciências Humanas e do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, de 2006 a 2010. Foi membro do Grupo de Apoio Pedagógico, Gape, da Pró-Reitoria de Graduação da PUC Campinas, de 2005 a 2010. Participou de eventos acadêmicos com apresentação de trabalhos ou proferiu conferências em diferentes países, como Estados Unidos da América, China, Etiópia, República Tcheca, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru e México. É autor de Aristocratic Education in Nietzsche: individual achievement (Maryland: GlobalSouth, 2018).

Gabriel Franco Piovesana, PUC-Campinas.

Bolsista de Iniciação Científica CNPq (Pibic) com o desenvolvimento do Plano de Trabalho Base Nacional Comum Curricular e Cursos de Biologia: consonância na concepção de ciência, sob a orientação do Prof. Dr. Samuel Mendonça. Graduando em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Membro do grupo de pesquisa Políticas e Fundamentos da Educação (CNPq/PUC-Campinas). Atua principalmente nos seguintes temas: Políticas Publicações em Educação, Fundamentos da Educação, Filosofia da Educação. Foi bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET-Biologia) da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-Campinas.

Referências

CARVALHO, A. M. P.; CASTRO, A. T. B. Crise do capital e dilemas do desenvolvimento: padrão brasileiro de inserção no capitalismo mundializado. Em Pauta, v. 11, n. 31, 2013, p. 79-96.

DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”?. Educação e Sociedade, v. 25, n. 87, maio/ago., 2004, p. 423-460. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/bJbBCJS5DvngSvwz9hngDXK/?format=html&lang=pt. Acesso em: 14 jan. 2022.

GONÇALVES, A. M. Os intelectuais orgânicos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC): aspectos teóricos e ideológicos. 2020. 128f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Educação, Cascavel, 2020.

LEHER, R. Um Novo Senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo. Outubro, v. 1, 1999, p. 19-30.

MAUÉS, O. C. A política da OCDE para a educação e a formação docente. A nova regulação?. Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 1, jan./abr., 2011, p. 75-85. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/5033#:~:text=A%20escolha%20da%20OCDE%20como,pa%C3%ADses%20membros%20e%20a%20outros. Acesso em: 16 jan. 2022.

MORAES, R. C. Neoliberalismo – de onde vem, para onde vai?. São Paulo: Senac, 2001.

PIRES, M. D. M. A influência empresarial na política curricular brasileira: um estudo sobre o Movimento pela Base Nacional Comum. 2020. 358f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-Graduação em Educação, Juiz de Fora, 2020.

PULIDO, C.; ANCHETA, A.; OLIVEIRA-DRI, W. Privatización educativa en Brasil: reinventando las escuelas de bajo costo. Revista Lusófona de Educação, v. 47, n. 47, 2020, p. 27-41. Disponível em: https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/7130. Acesso em: 14 jan. 2022.

RIBEIRO, Darcy. Sobre o óbvio. Ensaios Insólitos. Porto Alegre: Editora LPM,1979.

SILVA, G.; SILVA, A. V.; SANTOS, I. M. O IDEB e as políticas públicas educacionais: estratégias, efeitos e consequências. Revista Exitus, v. 9, n. 1, 2019, p.258-285. Disponível em: http://ufopa.edu.br/portaldeperiodicos/index.php/revistaexitus/article/view/723. Acesso em: 15 jan. 2022.

SILVA, G.; SILVA, A. V.; SANTOS, I. M. Reformas, privatização e política educacional: tendências e riscos atuais. Eccos – Revista Científica, São Paulo, n. 55, 2020, p. 1-16. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/8717. Acesso em. 15 jan. 2022.

SOARES, F. G. A influência do Banco Mundial e da OCDE na educação básica do Brasil e no ensinod e geografia. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 24, 2020, p. 1-26. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/41843. Acesso em: 16 jan. 2022.

TESSARO, N. S.; COSTA, M. L. F.; SOUZA, V. F. M. Neoliberalismo em questão: influências no campo educacional brasileiro e na produção de conhecimento. Eccos – Revista Científica, São Paulo, n. 56, 2021, p. 1-15. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/10727. Acesso em: 16 jan. 2022.

Downloads

Publicado

2022-12-27

Como Citar

MENDONÇA, S.; PIOVESANA, G. F. . Uma revisão da atuação das Agências Internacionais na educação brasileira . Revista de Políticas Públicas e Gestão Educacional (POLIGES), [S. l.], v. 3, n. 2, p. 178-204, 2022. DOI: 10.22481/poligs.v3i2.11300. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/poliges/article/view/11300. Acesso em: 25 abr. 2024.