As rotinas de pensamento na formação de professores de artes visuais
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v19i50.12499Palavras-chave:
educação artística, mediação cultural, metodologia de ensino, formação de professores, Rotinas de PensamentoResumo
O artigo discute a relevância das Rotinas de Pensamento para a formação de professores de artes visuais. Elaborada por pesquisadores da Universidade de Harvard, essa metodologia de ensino-aprendizagem tem por objetivo promover o desenvolvimento do pensamento e vem sendo utilizada em atividades voltadas para a experiência e a interpretação de obras de arte. Partindo da premissa de que a mediação cultural (também denominada apreciação ou leitura de obra de arte) não está consolidada no contexto brasileiro, defende-se a importância de investigar o potencial das Rotinas para fomentar competências e conhecimentos específicos do campo das artes visuais. Com esse fim, o trabalho apresenta dois projetos interligados. No campo da extensão, as Rotinas foram utilizadas para capacitação de professores da educação básica e de estudantes da Educação de Jovens e Adultos. Paralelamente, foi realizada uma pesquisa-ação combinada com estudo de caso, envolvendo a aplicação das Rotinas em uma disciplina do curso de graduação em artes plásticas. Os resultados de ambos os projetos indicam que o caráter interpretativo e aberto das questões propostas pelas Rotinas de Pensamento estimula uma conversa vívida e dinâmica, desenvolvendo disposições de pensamento importantes para a compreensão da arte. Por outro lado, a metodologia não se mostrou adequada para aprofundar o entendimento de teorias e conceitos próprios das artes visuais. Baseado nessas inferências, sugere-se combinar as Rotinas de Pensamento com outras abordagens de mediação cultural de cunho cognitivista, como a Compreensão Crítica da Arte, desenvolvida por Teresinha Franz, e a Investigação Crítica, proposta por George Geahigan.
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