Políticas da diferença nos cotidianos escolares: ou sobre problematizações das práticas curriculares com ênfase na diversidade
Palavras-chave:
Currículo, Cultura, Cotidiano escolar, Diversidade e diferençaResumo
O texto tem como objetivo problematizar as práticas relativas aos currículos realizados nos cotidianos de escolas públicas, tecidos em redes com as teoriaspráticas inventadas pelos seus sujeitos praticantes, com destaque para as relações estabelecidas por eles entre currículo e cultura, com ênfase na noção de diversidade. Trata-se de um desdobramento de uma pesquisa maior cuja intenção principal foi entender os diferentes sentidos negociados pelos educadores e pelos alunos em relação aos processos curriculares que acontecem nessas escolas, ao mesmo tempo em que apostava em uma perspectiva teorico-metodológica que buscava questionar as múltiplas determinações espaçotemporais do currículo e, com isso, contribuir para a ampliação das possibilidades dos saberesfazeres desses praticantes. O destaque dado às relações entre currículo e cultura, com ênfase na noção de diversidade resultou da nossa condição de pesquisadores com os cotidianos das escolas, quando nos foi possível perceber que, mesmo quando engajados em projetos que visam a combater os processos de discriminação cultural presentes nas instituições, educadores e estudantes produzem outras formas de exclusão, ao mesmo tempo em que, no anonimato do cotidiano escolar, inventam táticas e estratégias de sobrevivência, inspiradas em micro resistências que fundam micro liberdades e, com isso, potencializam a vida. Assim, em nossa pesquisa, compreender as redes tecidas entre cultura e currículo com base na noção de diversidade não implica avaliar se os educadores seguem corretamente ou não os documentos prescritivos curriculares da Secretaria de Educação em vigor e os projetos de ensino com base em aspectos da cultura que delas decorrem, muito menos levar propostas de ações para que sejam executadas nas salas de aula, mas implica problematizar as teoriaspráticas inventadas por esses praticantes durante os próprios movimentos de tessitura de suas redes, de modo a potencializar políticas da diferença nos cotidianos das escolas.
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