Faces da violência contra a mulher: a heterogeneidade discursiva como ferramenta metodológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/riduesb.v9i1.13938

Palavras-chave:

Heterogeneidade Discursiva, Dialogismo, Ensino Fundamental (Anos Finais), Violência Contra A Mulher

Resumo

Nosso trabalho se situa no âmago das práticas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID, realizado em uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental. Temos como objetivo analisar quatro manchetes de notícias produzidas pelos alunos a partir do processo de retextualização do conto “Gesso”, de Jarid Arraes, e da canção “Maria da vila Matilde”, de Elza Soares. Para tanto, discutimos os conceitos de discurso (Fairclough, 2001; Maingueneau, 2015; Mussalim, 2003), de sujeito (Authier-Revuz, 1990; Mussalim, 2003), de formações ideológicas e discursivas (Althusser, 1996; Foucault, 1997; Maingueneau, 2015) e, ainda, como abordagem teórico-metodológica norteadora do trabalho, as heterogeneidades mostrada e constitutiva (Authier-Revuz, 1990). Como resultados, verificamos diferentes formações discursivas: as que convergem com os discursos de proteção da mulher e as que vão contra esses discursos, ironizando-os e os negando.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anna Biatrys Moura, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Licencianda do curso de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, biatrysm2@gmail.com.

Célia Maria de Medeiros, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutora em Linguística Teórica e Descritiva pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem – UFRN. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Departamento de Letras - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA, com atuação na área de Língua Portuguesa/Leitura e Produção de Textos. Desenvolve pesquisas no âmbito da Linguística de Texto, da Enunciação, da Análise Textual dos Discursos (ATD), interessando-se, principalmente, por gêneros discursivos / textuais dos domínios discursivos literário, acadêmico, midiático e jurídico, com foco nos dispositivos enunciativos como o Ponto de Vista, a Responsabilidade Enunciativa e a Mediatividade. Atua também no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) como coordenadora de área do Subprojeto Língua Portuguesa / Núcleo Natal - UFRN.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos de estado. In: ZIZEK, Slavoj (org.). Um mapa da ideologia. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 1996. p. 105-142.

ARAÚJO, Roseanne; GREGÓRIO, Paulo Henrique da Silva; GOMES, Valeska Limeira Azevedo. Literatura para além do ensino: o texto literário como formador do sujeito. In: SÁ JUNIOR, Lucrécio Araújo da; OLIVEIRA, Andrey Pereira de. (org.) Literatura e ensino: reflexões e propostas. Natal: EDUFRN, 2014. p. 57-67.

ARRAES, Jarid. Redemoinho em dia quente. São Paulo: Alfaguara, 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 26 set. 2023.

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Heterogeneidade(s) enunciatiava(s). Tradução Celene M. Cruz e João Wanderley Geraldi. Campinas, Caderno de Estudos Lingüísticos, n. 19, p. 25-42, jul./dez. 1990.

CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Luciana Oliveira da Rocha. Porto Alegre: Artmed, 2010.

COULUMB-GULLY, Marlène. Gênero, política e análise do discurso das mídias In: PIOVENAZI, Carlos; CURCINO, Luzmara; SARGENTINI, Vanice. (org.) Presenças de Foucault na Análise do Discurso. São Carlos: EdUFSCar, 2014. p. 147-162.

FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Tradução I. Magalhães. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.

FOUCAULT, Michael. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

HOOKS, bell. E eu não sou uma mulher? Tradução: Bhuvi Libanio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.

LAURETIS, Teresa. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica cultural. Rio de Janeiro: Roco, 1994. p. 206-242.

MAINGUENEAU, Dominique. Discurso e análise do discurso. Tradução: Sírio Possenti. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2010.

MARIA da Vila Matilde. Intérprete: Elza Soares. In: A MULHER do Fim do Mundo. Intérprete: Elza Soares. São Paulo: Red Bull Station, 2015. 1 CD, faixa 3.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa social. In: DESLANDES, S. F.; GOMES, R.; MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 25. ed. rev. e atual. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 9-29.

MUSSALIM, Fernanda. Análise do discurso. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina (org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras, v. 2. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 101-142.

ODÁLIA, Nilo. O que é violência. São Paulo: Brasiliense, 2004.

PEREIRA, Claudia Nolasco de Abreu. Violência contra a mulher na mídia: um estudo sobre a influência da mídia nas violências cometidas as mulheres do município de Macaé/RJ. 2011. 77 f. TCC (Graduação) - Curso de Serviço Social, Universidade Federal Fluminense, Rio das Ostras, 2011.

Downloads

Publicado

2024-05-07

Como Citar

Moura, A. B., & Medeiros, C. M. de. (2024). Faces da violência contra a mulher: a heterogeneidade discursiva como ferramenta metodológica. Revista De Iniciação à Docência, 9(1), e13938, 1-18. https://doi.org/10.22481/riduesb.v9i1.13938