Pibid: novo formato, velhas ideias
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v19i50.12272Palavras-chave:
formação docente, política pública, reforma empresarial, precarização da educação, resistênciaResumo
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), exitosa política pública de formação inicial, sofreu a partir do ano de 2017 uma “modernização institucional”. Por isso, elegemos como objetivo deste artigo identificar e compreender as continuidades e rupturas entre os editais 61/2013 e 7/2018 a partir da “modernização”. Através da realização de uma pesquisa documental com fontes escritas primárias ancorada no método dialético, considerando os contextos e articulações no movimento da realidade que os documentos se inserem. Sua nova configuração, conhecida em detalhes a partir do lançamento do edital 7/2018, modificou substancialmente a estrutura desenvolvida até o edital anterior, 61/2013, que apresentava um acúmulo da trajetória de lutas por melhorias do programa. A partir das nossas análises e discussões, podemos afirmar que o PIBID foi instrumentalizado e nivelado enquanto uma das faces da reforma empresarial na educação, e por isso, sua “modernização” pode ser caracterizada como um “alinhamento”. O PIBID é potente, e modificações não podem ser efetuada sobre nós e contra nós, tornando imperativa a participação dos sujeitos que o constroem. Nosso direcionamento considera, portanto, para além da “luta por dentro”, garantias nas letras da lei que normatizam o programa, bem como, propõe a incorporação das lutas coletivas mais ampla da nossa profissão.
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