PARENTESCO, ORALIDADE E APRENDIZAGEM ENTRE VENDEDORES DE FOLHAS NA FEIRA DE SÃO JOAQUIM (SALVADOR)

Autores/as

  • Orlando José Ribeiro de Oliveira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Brasil
  • Marília Flores Seixas de Oliveira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxis.v15i31.4671

Palabras clave:

Aprendizagem. Tradição oral. Plantas rituais.

Resumen

A Feira de São Joaquim (Salvador/BA) centraliza o mercado e a distribuição de plantas, aqui chamadas folhas, a que são atribuídas eficácias mágico-religiosa e terapêutica, desempenhando papel central em rituais e práticas da religiosidade afro-brasileira, notadamente no candomblé. Produzidas e comercializadas por extrativistas (majoritariamente mulheres), horticultores e raizeiros, tais folhas são negociadas em grandes quantidades e variedades diretamente por quem as produz, num local da feira chamado Pedra, em transações mercantis que ocorrem durante poucas horas na madrugada, fazendo circular grandes quantidades de folha no mercado regional. As folhas resultantes de coleta (extrativismo) são produzidas hegemonicamente por mulheres, que as colhem em áreas naturais e manchas florestais remanescentes no entorno de Salvador e interior do Estado, as organizam em
grandes fardos, as levam ao mercado, onde as vendem diretamente aos consumidores. Nessas
atividades, é comum a participação de familiares, sobretudo crianças e adolescentes, que as
acompanham em todas as etapas produtivas, o que envolve processos de aprendizagem que se baseiam
em transmissão intergeracional e oral do conhecimento étnico-referenciado sobre as plantas e seus
usos e abrangem aspectos da sociabilidade na feira. Este artigo decorre de pesquisa de campo e
observa, dentre outros elementos, a proeminência das relações de parentesco entre os agentes sociais
da produção e circulação e aspectos que permitem aproximações com o contexto dos mercados
africanos tradicionais.

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Biografía del autor/a

Orlando José Ribeiro de Oliveira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Brasil

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (DFCH/UESB). Grupo de pesquisa: Cultura, Ambiente e Sociedade: Linguagem e Design Social CASLIDS (CNPq/UESB).

Marília Flores Seixas de Oliveira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

Doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB) e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras: Cultura, Educação e Linguagem (PPGLCEL/UESB) e do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (DFCH/UESB). Grupo de pesquisa: Cultura, Ambiente e Sociedade: Linguagem e Design Social CASLIDS (CNPq/UESB).

Publicado

2019-01-17

Cómo citar

DE OLIVEIRA, O. J. R.; DE OLIVEIRA, M. F. S. PARENTESCO, ORALIDADE E APRENDIZAGEM ENTRE VENDEDORES DE FOLHAS NA FEIRA DE SÃO JOAQUIM (SALVADOR). Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 15, n. 31, p. 229-250, 2019. DOI: 10.22481/praxis.v15i31.4671. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/4671. Acesso em: 26 nov. 2024.