UM TRABALHO PELA VIDA: NARRATIVA DE SI CONTRA A COISIFICAÇÃO DOS CORPOS
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8020Palavras-chave:
Narrativas, Potência, VidaResumo
Esse artigo é um esforço teórico construído a partir de deslocamentos provocados por narrativas produzidas durante as pesquisas no contexto do Grupo de Pesquisa Subjetividades e (auto)biografias e que revelam situações de vulnerabilidade e precariedade da vida. Trata-se de pensar as narrativas como uma das formas de expressão de potência no trabalho pela vida. Entendendo que o trabalho pela vida consiste em lutar contra uma coisidade completa. O argumento construído tem sua fundamentação em Mbembe (2018a; 2018b; 2018c), para pensar as condições pelas quais as vidas são submetidas na lógica neoliberal. Mas não só, em termos epistemológicos as leituras de Mbembe (2018a) disparam reflexões da psicanálise e corroboram para evidenciar o engendramento dos lugares de potência das narrativas nos processos formativos. Sobretudo, essa aposta também é política uma vez que problematiza um sistema que produz a coisificação da vida e transforma humanos em “criptas vivas do capital”, como nomeia Mbembe. O argumento é um elogio as narrativas como amálgama dos imaginários fantasmagóricos – que faz consistir no sujeito que narra – e o simbólico como um “poder noturno” – que o faz existir. Ou seja, a organização da linguagem e da memória como capacidade performática do corpo em metamorfose para (ex)istir, ou existir em um fora. Dessa forma, as narrativas ao dar a ver o sujeito que narra, revelam um lugar fulcral da potência vital, que coincide com a formação de si, quais seja, um entre “o poder noturno” e o “mundo fantasmal” nas palavras de Mbembe.
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