A NARRAÇÃO DA EXPERIÊNCIA VIVIDA FACE AO “PROBLEMA DIFÍCIL” DA EXPERIÊNCIA: ENTRE MEMÓRIA PASSIVA E HISTORICIDADE
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8013Palavras-chave:
experiência formativa, microfenomenologia, narrativaResumo
Zahavi, num artigo intitulado “Intencionalidade e Fenomenalidade: um Olhar Fenomenológico sobre o ‘Problema Difícil’”, publicado em 2015, questiona as relações dialéticas existentes entre consciência, memória e experiência. O difícil problema da consciência pode ser resumido da seguinte forma: embora seja relativamente simples apreender o conteúdo da experiência, os efeitos experienciais vividos parecem, por outro lado, estar fora do alcance do campo atencional e, consequentemente, do trabalho narrativo fundado nas palavras. Uma vez que a experiência é dada para ser vivida de uma forma “apresentacional”, ela é primeiramente vivida e retida passivamente antes de ser apreendida de uma forma reflexiva e compreensível como objeto de pensamento. Esta diferenciação entre “conteúdo da experiência” e “efeitos experienciais experimentados” constitui, segundo o termo proposto por Zahavi, uma “lacuna explicativa”. Ao pensar nas condições para superar esta lacuna no quadro de uma epistemologia da narrativa, este trabalho examina os processos e as temporalidades da transição da experiência para a linguagem, do ponto de vista fenomenológico e biográfico. Questionar as modalidades pelas quais as práticas narrativas participam da expressão em palavras dos conteúdos da experiência (o teórico), mas também dos efeitos experimentados no contato com esses conteúdos (o experiencial), é examinar as possibilidades de expressão das dimensões formativas da experiência, situando-as na interface entre memória, corpo e fala.
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