VIVÊNCIAS INICIAIS NO MAGISTÉRIO E FORMAÇÃO PARA A SENSIBILIDADE NA SALA DE AULA
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8023Palavras-chave:
saberes docentes, memória, socialização profissional, entrada no magistérioResumo
Este artigo analisa relatos de quatro professoras iniciantes, que estão em sala de aula há menos de dois anos, sendo duas delas formadas pela Universidade de São Paulo (USP) e duas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O critério para a escolha das colaboradoras da presente pesquisa foi o fato de elas, além de serem recém-formadas, terem realizado estágios curriculares diferenciados, na Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP (EAFEUSP) e no Programa de Residência Pedagógica (UNIFESP). A análise desenvolvida aqui integra o projeto temático Saberes e práticas em fronteiras: por uma história transnacional da educação (1810 -...) – coordenado por Diana Vidal e Carlota Boto (USP) e financiado pela FAPESP (2018/26699-4) – e busca compreender o modo como as dimensões da memória de seus percursos escolares, das experiências vivenciadas durante o estágio e dos conteúdos teórico-práticos do curso foram mobilizadas para a elaboração de um repertório inicial de práticas, num momento em que elas estão dando forma às suas auto-imagens como docentes. Tendo como base, sobretudo, as concepções de memória (Halbwachs), autobiografia (Nóvoa, Souza), ciclo de vida profissional (Huberman), saberes profissionais dos professores (Tardif) e as produções sobre estágio em docência (Souza, Schön), foi possível constatar que os relatos expressam fortemente o sentimento de isolamento, o medo do julgamento dos pares e as nuances da relação com os alunos, evidenciando que tais sentimentos constituem o eixo que articula os diversos saberes, implicando-as como sujeitos.
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